O Papa Francisco vai receber nesta terça-feira, 19, o anel do pescador e o pálio, insígnias de autoridade, antes da missa de inauguração do seu pontificado, na Praça de São Pedro.
A celebração tem início às 9h30. Concelebram os cardeais e patriarcas orientais presentes em Roma, bem como os superiores gerais dos franciscanos e dos jesuítas.
O primeiro momento da celebração decorre junto do túmulo de São Pedro, onde Francisco vai rezar em silêncio, com dez patriarcas das Igrejas Orientais católicas, saindo em procissão acompanhados por dois diáconos com o anel e o pálio ali colocados a partir de hoje à noite.
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A procissão até ao exterior vai decorrer ao som das ‘Laudes Regiae’ (louvor ao rei, em honra a Cristo), na qual se invocam vários santos, incluindo os que foram Papas.
O "anel do pescador" (anulus piscatoris) faz parte das insígnias oficiais do Papa, enquanto sucessor do Apóstolo Pedro, pescador da Galileia, localidade israelita onde nasceu o discípulo de Jesus.
O decano (presidente) do Colégio Cardinalício, Angelo Sodano, colocará o anel na mão esquerda do novo Papa antes da missa, segundo o novo ritual aprovado por Bento XVI antes de renunciar ao pontificado. O anel do pescador escolhido por Francisco é obra do italiano Enrico Manfrini, tem uma representação de São Pedro com as chaves e é feito em prata dourada, não em ouro.
A primeira referência documental a esta insígnia aparece no ano de 1256, numa carta de Clemente IV a um sobrinho, na qual declara que os Papas costumavam selar as suas cartas privadas com “o selo do pescador”. Aquando da morte ou renúncia de um Papa, o anel é inutilizado, num gesto que hoje tem o significado de sublinhar que no período da Sé Vacante ninguém pode assumir prerrogativas próprias do bispo de Roma.
Durante a cerimónia, o Papa receberá ainda o pálio petrino (estola branca de lã com cruzes vermelhas que representam as chagas de Cristo), igual ao de Bento XVI, uma insígnia litúrgica de “honra e jurisdição” usada pelos bispos de Roma desde o século IV, que lhe vai ser imposta pelo cardeal protodiácono, Jean-Louis Tauran.
Uma representação de seis membros do Colégio Cardinalício (dois por cada uma das "ordens" cardinalícias – bispos, presbíteros e diáconos) vai simbolicamente prestar a sua “obediência” a Francisco; um gesto que será repetido por representantes dos outros membros da Igreja, na tomada de posse da catedral de Roma, a basílica de São João de Latrão, depois da Páscoa, em data a definir.
A missa de início do “ministério petrino” decorre na Praça de São Pedro, onde estava o circo do imperador romano Nero, responsável pelo martírio do Apóstolo, por volta do ano 64. A celebração em latim vai contar a proclamação do evangelho em grego e intenções da oração dos fiéis em russo, árabe e chinês, nomeadamente.