O Papa Bento XVI conduziu na tarde de sábado, 8, o ato de veneração à Virgem Maria, na Praça de Espanha, em Roma, por ocasião da Solenidade da Imaculada Conceição. O Santo Padre destacou que, no tempo do Advento, Maria Imaculada ensina a ouvir a voz de Deus, "que fala no silêncio, a acolher a sua Graça que nos liberta do pecado e do egoísmo, para saborear a verdadeira alegria".
Detendo-se ao Evangelho da Anunciação, o Papa frisou que o encontro entre o mensageiro divino e a Virgem Imaculada é um mistério que se realiza em silêncio. "O que é realmente grande passa muitas vezes despercebido e o silêncio se revela mais fecundo que a frenética agitação de nossas cidades, mas que – com as devidas proporções – se vivia também nas cidades importantes como a Jerusalém daquela época".
Bento XVI destacou que muitas vezes o ritmo frenético da vida cotidiana torna o ser humano incapaz de parar e ouvir o silêncio no qual Deus manifesta sua voz discreta. Quanto a isso, o Pontífice lembrou que Maria, no dia que recebeu o anúncio do Anjo, estava aberta para escutar Deus.
"Nela não há obstáculo, não existe nada que a separe de Deus. Este é o significado do seu ser sem pecado original: seu relacionamento com Deus é livre de falha, não há separação, não há sombra de egoísmo, mas uma perfeita harmonia: o seu pequeno coração humano está perfeitamente centralizado no coração de Deus".
O Santo Padre enfatizou que ir ao centro de Roma, onde está a imagem de Maria, faz lembrar que a voz de Deus não se reconhece no barulho e na agitação; seu projeto não pode ser percebido na superfície, mas sim indo a um nível mais profundo, em que as forças atuantes não são econômicas ou políticas, mas morais e espirituais. "É ali que Maria nos convida a ir e a nos sintonizar com a ação de Deus".
E Maria Imaculada fala da verdadeira alegria que se difunde no coração liberto do pecado. "O pecado traz consigo uma tristeza negativa, que induz a se fechar em si mesmo. A Graça traz a verdadeira alegria que não depende da posse de coisas, mas está enraizada no íntimo da pessoa", disse Bento XVI.
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