O Angelus com o Papa Bento XVI, deste domingo, 8, foi realizado no pátio da residência apostólica de Castel Gandolfo, onde o Santo Padre passa um período de repouso, e contou com a presença de centenas de fiéis.
O Pontífice comentou um trecho do Evangelho de São Marcos no qual Jesus retorna a Nazaré depois de um período em que pregou e realizou curas em outros lugares. Mas ao vê-lo voltar e ensinar na sinagoga, seus conterrâneos ficam escandalizados, pois o recordam como o filho do marceneiro (cf. Mc 6,2-5).
“Nenhum profeta é bem aceito em sua casa e pelo povo que o conhece! Isto é compreensível porque a familiaridade no plano humano dificulta o ‘ir além’ e abrir-se à dimensão divina” , explicou o Papa, e complementou: “Mesmo entendendo isso, Jesus se surpreendeu com a frieza com que foi recebido em Nazaré”.
Bento XVI explicou que apesar de Jesus saber que nenhum profeta é bem aceito em sua pátria, o fechamento de coração de seu povo permaneceu para Ele obscuro e impenetrável: “Como é possível que não reconheçam a luz da Verdade? Por que não se abrem à bondade de Deus, que quis compartilhar nossa humanidade?”.
Esse fechamento espiritual foi o motivo pelo qual Jesus não pôde realizar em Nazaré nenhum prodígio, tendo somente imposto as mãos a alguns doentes, curando-os.
Refletindo sobre o episódio, o Papa destacou que os milagres de Cristo “não são uma exibição de poder, mas são sinais do amor de Deus, que se concretiza aonde encontra a fé do homem”.
De fato, o homem Jesus de Nazaré é a transparência de Deus, Nele Deus habita plenamente. “E enquanto nós buscamos sempre outros sinais, outros prodígios, não percebemos que o verdadeiro Sinal é Ele, Deus feito carne, é ele o maior milagre do universo: todo o amor de Deus encerrado em um coração humano, em um rosto humano”, completou o Pontífice.