Em mensagem

Francisco fala sobre o drama da migração

O Papa afirma que é preciso passar da “cultura do descartável” para a “cultura do encontro”

Da Redação, com Rádio Vaticano

O Papa Francisco enviou uma mensagem aos participantes do encontro sobre mobilidade humana e desenvolvimento, que terminou nesta segunda-feira, 14, na Cidade do México, do qual também participa o Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin.

Francisco destacou a migração, que considera uma das principais manifestações da globalização. Ele chama à atenção para o fato de que, mesmo diante do grande fluxo de migrantes presentes em todos os continentes e em quase todos os países, a migração ainda é vista como emergência ou como fato circunstancial e esporádico, mas afirma que se tornou um elemento característico e um desafio para as sociedades.

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.: Íntegra da mensagem do Papa

“Muitas pessoas obrigadas a migrar sofrem e, muitas vezes, morrem tragicamente; muitos de seus direitos são violados. Elas são obrigadas a se separar de suas famílias e, infelizmente, continuam sendo objeto de comportamentos racistas e xenófobos”, destaca a nota.

O Papa repete na mensagem o que já havia afirmado na mensagem para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado 2014, ou seja, é preciso que todos mudem a atitude em relação aos migrantes e refugiados.

“É necessário passar de uma atitude de defesa e de medo, de desinteresse ou de marginalização – que, no final, corresponde precisamente à ‘cultura do descartável’ – para uma atitude que tem por base a ‘cultura do encontro’, a única capaz de construir um mundo mais justo e fraterno, um mundo melhor.”

O Papa Francisco chama à atenção para milhares de crianças que migram sozinhas, sem acompanhamento, numa tentativa de escapar da pobreza e da violência.

“Esta é uma categoria de migrante que da América Central e do México atravessa a fronteira com os Estados Unidos em condições extremas, em busca de uma esperança que, na maioria das vezes, é em vão. Essa categoria está aumentando a cada dia. Tal emergência humanitária requer uma intervenção urgente, a fim de que esses menores sejam acolhidos e protegidos”.

Segundo o Papa, essas medidas não serão suficientes se não forem acompanhadas por políticas de informação sobre os perigos de uma viagem desse tipo, e promoção e desenvolvimento em seus países de origem.

“É necessário chamar à atenção de toda comunidade internacional para que possam ser adotadas novas formas de migração legal e segura”.

“Desejo todo sucesso a essa iniciativa louvável do Ministério das Relações Exteriores do Governo mexicano de organizar um seminário de estudo e reflexão sobre o grande desafio da migração, e concedo, de coração, a cada um dos presentes minha bênção apostólica”, conclui Francisco.

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