Homilia

"Eucaristia nos arranca do individualismo", destaca Bento XVI

O Papa Bento XVI presidiu a Santa Missa de encerramento do XXV Congresso Eucarístico Nacional da Itália, na cidade de Ancona, neste domingo, 11. A celebração aconteceu no Estaleiro do Porto da cidade, banhada pelo Mar Adriático. O encontro começou no último dia 3, sob o lema "Senhor a quem iremos? A Eucaristia na vida cotidiana".

Na homilia, o Pontífice afirmou que é preciso recuperar o primado de Deus no mundo e na vida, porque é isso que permite reencontrar a verdade sobre o homem e conhecer e seguir a vontade de Deus, único meio para encontrar o verdadeiro bem.

A Eucaristia é o ponto de partida para recuperar esse primado, indicou. "Mas o que comporta para a nossa vida cotidiana esse partir da Eucaristia para reafirmar o primado de Deus? A comunhão eucarística, queridos amigos, arranca-nos do nosso individualismo, comunica-nos o espírito do Cristo morto e ressuscitado, conforma-nos a Ele".

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"Uma espiritualidade eucarística, portanto, é o verdadeiro antídoto ao individualismo e ao egoísmo que frequentemente caracterizam a vida cotidiana. […] É alma de uma comunidade eclesial que supera divisões e contraposições e valoriza a diversidade de carismas e ministérios, colocando-os a serviço da unidade da Igreja, da sua vitalidade e da sua missão. […] É caminho para restituir dignidade aos dias do homem. […] Ajudará também a abordar as diferentes formas de fragilidade humana, conscientes de que não ofuscam o valor da pessoa, mas requerem proximidade, acolhida e auxílio", apontou Bento XVI.

O Santo Padre destacou que não há nada de autenticamente humano que não encontre na Eucaristia a forma adequada para ser vivido em plenitude. É a relação com Deus que dá consistência à nossa humanidade e torna boa e justa a nossa vida. No entanto, acolher verdadeiramente esse dom significa perder-se, deixar-se envolver e transformar, até ao ponto de viver d'Ele.

"Muitas vezes confundimos a liberdade com a ausência de vínculos, com a convicção de podermos agir sozinhos, sem Deus, visto como um limite à liberdade. Na verdade, só na abertura a Deus, no acolhimento de seu dom, nos tornamos verdadeiramente livres, livres da escravidão do pecado, que desfigura o rosto do homem, e capazes de servir ao verdadeiro bem dos irmãos".

O Papa também ressaltou que o Sacramento da Eucaristia é via de acesso ao dom da entrega do Senhor por livre ato de amor. "Deus se dá a nós, para abrir a nossa existência a Ele, para envolvê-la no mistério de amor da Cruz, para torná-la participante do mistério eterno do qual provimos e para antecipar a nova condição da vida plena em Deus, na expectativa da qual vivemos. […] A Eucaristia sustenta e transforma toda a vida cotidiana".

Por fim, Bento XVI ressaltou que nutrir-se de Cristo é o caminho para não permanecer estranhos ou indiferentes às sortes dos irmãos, "mas entrar na mesma lógica do amor e de dom do sacrifício da Cruz". E pediu: "Como a Virgem Maria, tornemo-nos também nós 'ventre' disponível para oferecer Jesus ao homem do nosso tempo, revelando o desejo profundo daquela salvação que vem somente d'Ele.

O encontro

O Papa partiu de helicóptero da residência pontifícia de Castel Gandolfo às 8h30min. Na chegada ao Cais Wojtyła do Porto de Ancona, foi acolhido pelo Seu Enviado Especial ao Congresso, Cardeal Giovanni Battista Re; pelo Arcebispo de Gênova e presidente da Conferência Episcopal Italiana, Cardeal Angelo Bagnasco; pelo Arcebispo Metropolitano de Ancona-Osimo, Dom Edoardo Menichelli; pelo Núncio Apostólico na Itália, Dom Giuseppe Bertello; e por autoridades civis da região e do país.

A Missa de encerramento do Congresso iniciou às 10h. Após a cerimônia, o Papa recitou com os fiéis a oração mariana do Angelus, na qual recordou os atentados de 11 de setembro de 2001.

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