O Vaticano divulgou mais atualizações do estado de saúde do Papa, nossa esquipe em Roma segue acompanhando o dia a dia de Francisco e traz os detalhes
Reportagem de Danúbia Gleisser e Leonardo Vieira
De acordo com a Santa Sé, o Papa Francisco segue em recuperação de forma regular. O quadro é estável, com melhoras graduais do ponto de vista motor, respiratório e no uso da voz. Os exames de sangue estão bons. O Papa não faz uso de oxigenação durante longos períodos do dia. O oxigênio de alto fluxo é agora de uso residual e sobretudo para fins terapêuticos.
Nestes dias, o Santo Padre recebeu em visita membros da Secretaria de Estado, alguns superiores da Cúria e prefeitos dos Departamentos da Santa Sé. O Vaticano informou que não há indicações sobre a presença de Francisco nos ritos da Semana Santa e além das condições de saúde do Papa, isso dependerá também do Clima.
No domingo, a missa de Ramos será presidida pelo Cardeal Leonardi Sandre, delegado do Papa. E quanto à imagem divulgada ontem, pelos meios de comunicação, o Vaticano explicou, que o Pontífice estava fazendo um passeio e escolheu prolongá-lo para rezar na Basílica.
Desde a internação do Papa Francisco no Hospital Gemelli e agora em seu período de convalescença na Casa Santa Marta, de acordo com os boletins da Santa Sé, o Pontífice continua trabalhando. Mas como a hierarquia da Igreja Católica se organiza neste período de tratamento e recuperação do Papa? É o quer você confere na reportagem preparada por nossa equipe aqui em Roma.
Após as audiências e atividades da manhã do dia 14 de fevereiro, no Vaticano, uma decisão mudou a programação do Papa Francisco. O Pontífice se dirigiu ao hospital Agostinho Gemelli para exames, aqui no policlínico, Francisco esteve internado por 37 dias e recebeu os cuidados para tratar uma pneumonia bilateral, mesmo hospitalizado, entre orações, fisioterapias e outros cuidados, os boletins da Santa Sé citavam que ele também trabalhava.
O canonista explica de modo especial o trabalho do Pontífice, tem a ver com a tomada de decisões em questões que dependem do aval do sucessor de Pedro. “O Papa não trabalha sozinho, trabalha com os dicastérios, todas as questões são preparadas antes, e são apresentadas a ele, porque a decisão quem toma é o Papa” afirmou o canonista, padre Carlos Augusto da Silva.
“Se você pensa por exemplo na causa dos santos, não é o Papa pessoalmente que analisa cada uma das causas, que vai atrás das histórias, tem toda uma equipe, um processo, que dura muitos anos, e ele só dá aquela confirmação final, o mesmo para as nomeações dos bispos, que saem toda semana”. disse o jornalista e analista do Vaticano, Filipe Domingues.
De acordo com os especialistas, o Vaticano é organizado de maneira que garanta o seu funcionamento, mesmo com o Papa em período de convalescência. “Você tem os outros organismos, dicastérios da Cúria Romana, da administração da Santa Sé, então você tem em cada ponto e organismo desse, um grupo de trabalho geralmente num dicastério, com um prefeito, um secretário, oficiais, que fazem todo o trabalho ordinário, do dia a dia”, relatou padre Carlos.
Uma engrenagem que não para, assim é o trabalho da Igreja e do seu Pastor. ” É a mesma coisa que acontece por exemplo no caso da Sé vacante, algumas decisões tem que esperar a eleição do novo Papa, assim como agora, algumas decisões tem que esperar a oportunidade que se possa levar ao santo Papa para que ele possa tomar a decisão, mas o trabalho ordinário, ele continua”, completou o canonista.
Sobre o texto do Angelus, catequeses e homílias do Jubileu divulgados pela Santa Sé: ” Esses textos são assinados pelo Papa, então para todos os efeitos é a palavra do Papa, mesmo que ele não esteja ali diante de todos falando e fazendo esse pronunciamento, é um texto assinado pelo Papa, entra no Magistério da Igreja e está no site do Vaticano público, onde todos podem acessar”, constou o jornalista Filipe.
Para Filipe, alguns aspectos dos textos atuais, evidenciam que o Papa atua diretamente na escrita. “Quando ele fala do seu próprio estado de saúde, ele fala ‘Eu estou sentindo o dedo de Deus na minha vida assim como todos os doentes’, isso de se encontrar a fortalecer a fé na nossa fragiidade”, explicou o analista.
Neste ano jubilar o desejo de todos é que o Papa se recupere.”Então os peregrinos mesmo um pouco decepcionados porque não deram sorte de encontrar o Papa, entendam que nesse momento ele precisa se resguardar um pouco mais, e o Jubileu não perde a graça espiritual, a experiência continua e é ela que nos fortalece na santidade”, concluiu o padre.