Sacerdote faleceu, no dia 4 de janeiro de 2007, após intensa luta contra o câncer no sistema linfático; Processo de beatificação segue em andamento
Da redação
Nesta terça-feira, 4, completa-se 15 anos da morte do Servo de Deus e fundador da Comunidade Bethânia, Padre Léo.
O sacerdote faleceu em 2007, após intensa luta contra o câncer no sistema linfático – conjunto de órgãos e tecidos que produzem células responsáveis pela imunidade. O presbítero foi velado no Rincão do Meu Senhor, localizado na Comunidade Canção Nova, em Cachoeira Paulista – interior de São Paulo.
Para marcar a data, haverá uma programação especial direto do Centro Cultural Memorial Padre Léo, em Lorena (SP). Transmissão será feita pela TV Canção Nova e pelas redes sociais da Comunidade Bethânia.
A programação terá início a partir das 10h40 com o programa O Amor Vencerá, seguido do programa Juntos Somos Mais às 13h50, o Terço da Misericórdia às 14h50, e Santa Missa às 15h30.
Já no período da noite, na Comunidade Bethânia em São João Batista (SC), haverá Adoração ao Santíssimo Sacramento, às 18h30, seguida de Santa Missa às 19h30. A programação será aberta ao público, respeitando o uso de álcool em gel, distanciamento social e máscara de proteção individual.
História
Mineiro de Delfim Moreira, do vilarejo conhecido por Biguá, padre Léo Tarcísio Gonçalves Pereira nasceu em 9 de outubro de 1961.
Entrou no seminário, em 1982, e foi ordenado sacerdote, em 1990, pela Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus. Atuou na formação de novos religiosos e sacerdotes e também na área da educação.
Um de seus grandes legados, a Comunidade Bethânia, foi fundada em 1995. A Comunidade tem sua espiritualidade pautada na prática do Evangelho, ou seja, no modo de viver de Jesus, e atua na recuperação de dependentes químicos.
Pregador de multidões
Padre Léo, como era popularmente chamado, tornou-se amplamente conhecido no Brasil por sua atuação na Renovação Carismática Católica, tendo pregado para multidões, por exemplo, na Comunidade Canção Nova, onde ganhou fama nacional e internacional.
Suas pregações foram marcadas pela simplicidade e irreverência, abordando exemplos concretos e do cotidiano para chegar ao coração das pessoas.
A última pregação aconteceu em dezembro de 2006, durante o Acampamento Hosana Brasil com o tema: “Buscai as coisas do Alto”. Na época, o sacerdote mal conseguia caminhar sozinho.
O cardiogeriatra Roque Savioli acompanhou Padre Léo durante a doença, e contou que, na época em que o presbítero fez sua última pregação, o prognóstico era muito ruim.
“Poucos sabem que, depois da pregação, ele ficou muito mal. Eu pensei que ele fosse morrer naquele dia já”, relatou o médico.
Escritor
Em sua última pregação, padre Léo destacou: “Talvez o encardido tenha lhe tirado as pernas, mas Deus lhe deu o dom de escrever. Escreva!”. Nem mesmo a dor tirou dele essa determinação.
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Padre Léo escreveu ao todo 26 livros. Destes, seis livros foram escritos no hospital. Os dez primeiros foram: Cura Interior (1994), Tocar o Senhor (1994), Servir no Espírito (1995), Cure Seu Coração (1998), Seja Feliz Todos os Dias (1998), Rezando a Vida (2001), Corações Curados (2001), Viver com HIV (2001), Na Trilha da Cura (2002) e Homens e Mulheres Restaurados (2003).
Na sequência, o sacerdote escreveu: A Cura do Ressentimento (2003), Roteiros Bíblicos de Cura Interior (2004), Rastros de Deus (2004), Segredos Para a Cura Interior (2004), Experienciar Milagres (2004), Saborear a Vida (2004), Sede Fecundos (2005), Cura dos Traumas da Morte (2005), Famílias Restauradas (2005) e Viver Bethânia (2006).
Os seis últimos, escritos durante sua enfermidade, foram: Gotas de Cura Interior (2006), Buscai as Coisas do Alto (2006), Jovens Sarados (2007 – póstumo), Cheia de Graça (2007 – póstumo), Renovados Pelo Espírito Santos (2008 – póstumo) e Curados Para Vencer a Batalha (2009 – póstumo).
Abertura do processo de beatificação
Na Missa de encerramento do Hosana Brasil 2019, o presidente da Comunidade Bethânia, padre Vicente Neto, anunciou a abertura do processo de beatificação do Padre Léo.
Em 7 de março de 2020, aproximadamente cinco mil pessoas se reuniram na sede da Comunidade Bethânia, em São João Batista, para a cerimônia. Entre os presentes estavam os irmãos de Padre Léo: Ernane Pereira, Célia Pereira e Elisabeth Pereira; além de familiares e amigos.
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O ato jurídico e canônico instaurou o tribunal eclesiástico do processo. Ele é composto por Paolo Vilotta, postulador da causa de beatificação; Ronaldo Frigini, notário da causa; padre Tarcísio Pedro Vieira, delegado episcopal; Dom Wilson Tadeu Jönck, arcebispo de Florianópolis; padre Alcides Amaral, promotor de justiça; e o diácono Roque Inácio Filho, notário adjunto.
Após o ato, uma Missa em Ação de Graças pela abertura do processo de beatificação do novo Servo de Deus foi presidida por Dom Wilson Tadeu Jönck. No início da celebração, os restos mortais do Padre Léo foram acolhidos pelo celebrante.
“Estamos reunidos porque acreditamos que padre Léo é santo e porque queremos vê-lo ser declarado santo”, disse o arcebispo de Florianópolis.