O encontro aconteceu nesta quarta-feira, 5, vigília da Solenidade litúrgica da Epifania – que, no Brasil, foi antecipada para o último domingo, 2, para facilitar a participação dos fiéis na celebração.
O Pontífice indicou a vocação de todo o homem:
"A manifestação de Deus é destinada à nossa participação na vida divina, à realização em nós do mistério da sua encarnação. Tal mistério é o cumprimento da vocação do homem", afirmou.
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.: Catequese de Bento XVI no Tempo de Natal
O Papa disse que o Natal fascina mais que qualquer outra festa da Igreja "porque todos, de algum modo, intuem que o nascimento de Jesus tem a ver com as aspirações e esperanças mais profundas do homem".
Apesar disso, seria preciso operar uma espécie de "remissão" do revestimento moralista e sentimental do Tempo de Natal.
"A celebração do Natal não nos propõe somente exemplos a imitar, como aqueles da humildade e pobreza do Senhor, a sua bondade e amor pelos homens; mas é, mais que tudo, o convite a deixarmo-nos transformar totalmente por Aquele que entrou na nossa carne. […] A celebração litúrgica do Natal, portanto, não é somente recordação, mas sobretudo mistério; não é somente memória, mas também presença", afirmou.
Celebração e atualidade
Bento XVI ressaltou que "toda a celebração é presença atual do mistério de Cristo e nessa se prolonga a história da salvação". Dessa forma, celebrar os eventos da encarnação significa "tornar presentes os mistérios portadores de salvação. Na Liturgia, na celebração dos Sacramentos, os mistérios fazem-se atuais e tornam-se eficazes para nós, hoje".
O Bispo de Roma explicou que, desde o Antigo Testamento, a presença de Deus foi mediada através de sinais.
"Mas, a partir da Encarnação, acontece algo de desconcertante: o regime de contato salvífico com Deus transforma-se radicalmente e a carne torna-se o instrumento da salvação. […] A manifestação de Deus na carne é o acontecimento que revelou a Verdade na história".
Natal e Páscoa
O Santo Padre ensinou que o Natal é o começo do mistério central da salvação, que culmina na paixão, morte e ressurreição de Cristo.
"A noite de Natal está, portanto, profundamente ligada à grande vigília da Páscoa, quando a redenção se completa no sacrifício glorioso do Senhor morto e ressuscitado".
No entanto, ele advertiu que a Encarnação e a Páscoa não estão uma ao lado da outra, mas são os dois pontos chave inseparáveis da única fé em Jesus Cristo.
"Cruz e Ressurreição pressupõem a Encarnação. Só porque verdadeiramente o Filho, e n'Ele Deus mesmo, 'desceu' e 'se fez carne', morte e ressurreição de Jesus são eventos que se tornam nosso contemporâneos e dizem respeito a nós", disse.
A audiência
O encontro do Bispo de Roma com os fiéis reunidos na Sala Paulo VI aconteceu às 7h30 (horário de Brasília – 10h30 em Roma).
Na saudação aos fiéis de língua portuguesa, o Papa salientou:
"Saúdo com profunda amizade os peregrinos de língua portuguesa presentes nesta Audiência, particularmente os fiéis vindos do Brasil. Neste início de ano, invoco sobre todos vós as luzes e bênçãos do Céu, para que possais anunciar e testemunhar alegremente, com palavras e obras, a vinda do Verbo que se fez carne. Ide em paz!".
Assista à Catequese na íntegra
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