A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira, 31, que a entrada da Venezuela no Mercosul dá maior "dimensão geopolítica" ao bloco e sinalizou que o Paraguai só será novamente aceito no grupo quando "normalizar sua situação institucional".
A presidente fez as declarações durante declaração conjunta ao lado dos demais presidentes do bloco: Hugo Chávez (Venezuela), Cristina Kirchner (Argentina) e José Mujica (Uruguai) em Brasília.
"A Venezuela aumenta as potencialidades do bloco, dando-lhe ainda mais dimensão geopolítica e econômica", disse Dilma em sua declaração, após o ingresso do país ser formalizado em reunião extraordinária de cúpula do bloco nesta terça.
A entrada da Venezuela no Mercosul foi aprovado em reunião de cúpula do bloco na cidade argentina de Mendoza no final de junho. Na ocasião também ficou decidida a suspensão dos direitos políticos do Paraguai no grupo regional.
Os líderes do Mercosul entenderam que o impeachment do ex-presidente paraguaio Fernando Lugo feriu a cláusula democrática do bloco. Na prática, a suspensão do Paraguai abriu espaço para a entrada da Venezuela no Mercosul.
"Nossa perspectiva é que o Paraguai normalize sua situação institucional interna para que possa reaver seus direitos no Mercosul", disse Dilma, destacando que o bloco é contra a imposição de punições econômicas ao país vizinho e que os fluxos comerciais com o Paraguai foram mantidos.