A Venezuela está às vésperas do Referendo. No próximo domingo os eleitores vão às urnas para dizer sim ou não a um projeto que pretende alterar 69 dos 350 artigos da Constituição. O novo texto, entre outras coisas, permite ao presidente se reeleger um número ilimitado de vezes, enfraquece direitos sobre a propriedade privada, amplia benefícios da Previdência, reduz a jornada de trabalho e dá até ao poderes presidente para, em situações especiais, censurar a imprensa.
Este é o maior conjunto de mudanças econômicas, político-administrativas e institucionais proposto pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez para levar o país ao que ele chama de socialismo do século XXI.
Nas últimas semanas, pesquisas de intenção de voto indicaram um avanço do não, e uma sondagem chegou a apontar empate técnico, mas o governo proibiu a divulgação de resultados de sondagens eleitorais na última semana antes do referendo.
Ontem, em Caracas, milhares de manifestantes se reuniram na avenida Bolívar para encerrar a campanha contra a reforma. A manifestação foi a maior do ano. No palanque, lideranças estudantis e de partidos da oposição a Chávez fizeram discursos e juntos pela primeira vez um evento público pediram votos contra a reforma.
A Conferência Episcopal da Venezuela incentivou os católicos a votar contra a nova Constituição e declaou que ela é "anticristã".