A Comissão Pontifícia para a Proteção dos Menores reafirmou a responsabilidade da Igreja em informar denúncias de abusos às autoridades civis competentes
Da redação, com Agência Ecclesia
A Comissão Pontifícia para a Proteção dos Menores, instituída pelo Papa em março de 2014, reafirmou, nesta segunda-feira, 15, a “responsabilidade moral e ética” de informar às autoridades civis denúncias de abusos sobre menores.
“Nós, presidente e membros da Comissão, queremos afirmar que as nossas obrigações no que diz respeito à lei civil devem ser respeitas, sem dúvida”, refere divulgada pelo Serviço de Informação do Vaticano.
O organismo presidido pelo cardeal Sean Patrick O’Malley, arcebispo de Boston, nos Estados Unidos da América, quis deixar clara a sua posição em relação à obrigação de comunicar às autoridades civis as suspeitas de abusos sexuais.
“Todos temos a responsabilidade moral e ética de informar as denúncias de abusos às autoridades civis que têm a tarefa de proteger a nossa sociedade”, pode ler-se.
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O texto surge depois de, na última semana, ter sido noticiada uma formação para novos bispos no Vaticano, em que teria sido ouvido um dos formadores – que não pertence à Comissão Pontifícia para a Proteção dos Menores – dizer que não tinham necessariamente de informar a polícia ao terem conhecimento de denúncias de abusos, por ser uma escolha que caberia às vítimas e às suas famílias.
A Comissão Pontifícia cita o Papa Francisco, que afirmou: “os crimes e os pecados dos abusos sexuais de menores não podem ser mantidos em segredo durante mais tempo”, prometendo que os responsáveis por esses atos vão “prestar contas”.
O cardeal O’Malley precisa que as diretrizes dos bispos católicos nos Estados Unidos da América indicam “claramente” a obrigação de denúncias suspeitas de abusos às autoridades públicas, orientação que é transmitida todos os anos aos novos bispos.
A comissão de consultores do Papa recorda que apresentou, no início do mês, um resumo das suas atividades nos últimos dois anos e se mostrou disponível para “oferecer material para os cursos que decorrem em Roma, incluindo, entre outros, o programa anual de formação para os novos bispos e para os organismos da Cúria Romana”, a fim de reforçar “os esforços destinados à proteção dos menores”.
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