O Vaticano manifestou a sua preocupação com a falta de cuidados médicos adequados para as crianças de todo o mundo, o que leva à "trágica perda" de 10,5 milhões de meninos e meninas com menos de 5 anos.
Ao intervir na 60ª Assembleia Mundial da Saúde, que decorre de 14 a 23 de Maio, o Arcebispo Silvano Tomasi lembrou que muitas destas mortes são causadas "por doenças que são tratáveis nos adultos, mas para as quais não há formulações ou doses terapêuticas para o uso pediátrico".
O observador permanente da Santa Sé junto das organizações da ONU sediadas em Genebra indicou que, no caso do HIV/SIDA, apenas 15% das crianças seropositivas têm acesso aos anti-retrovirais.
"A comunidade internacional não pode fingir que não vê esta ameaça às vidads dos menores, muitos dos quais estão entre os nossos cidadãos mais necessitados, mas que representam, também, o futuro da comunidade humana", alertou.
As preocupações da delegação do Vaticano estenderam-se, de uma forma genérica, às pandemias da Tuberculose, Malária, Sida e mesmo à ameaça da Gripe das Aves, frisando que "grande parte das ameaças à saúde causadas por estas doenças podem ser enfrentadas, de forma adequada, pela família humana".
Para isso, disse D. Tomasi, é necessário "um compromisso em programas de pesquisa sustentáveis e orientados para ação, vacinação, tratamento e educação preventiva que respeite a lei moral natural".
O representante do Vaticano deixou uma recomendação à Organização Mundial da Saúde (OMS), para que não utilize uma recente resolução sobre a integração da "análise de género" no trabalho da Organização para "justificar" o aborto.
"A Santa Sé deseja convidar os Estados-membros da OMS, mais uma vez, a entender o termo ´género` como fundado numa identidade sexual bológica, masculina ou feminina", indicou.