O observador permanente da Santa Sé na ONU, Arcebispo Celestino Migliore, fez ontem um novo apelo na décima sessão extraordinária sobre a Faixa de Gaza, convocada pela Assembléia Geral, em Nova York.
O núncio apostólico pediu a plena aplicação da resolução 1860, de 8 de janeiro, que impõe o imediato cessar-fogo. Dom Celestino quer a certeza de que as ajudas humanitárias cheguem à população, a quem expressou solidariedade.
"Nos últimos dias, disse ele, testemunhamos o total desrespeito da distinção entre objetivos civis e alvos militares. No contexto da resolução 1860, pedimos a todas as partes a completa tutela do direito humanitário. As Nações Unidas, prosseguiu, têm o árduo dever de induzir as partes ao respeito do cessar-fogo e a seguir o caminho das negociações para encontrar um acordo que garanta a assistência humanitária".
"A problemática história de sessenta anos de coexistência entre as populações israelense e palestina viu uma longa sucessão de conflitos, mas também de diálogos, como as cúpulas de Madri, Oslo, o Memorando de Wye, o mapa da paz assinado com o Quarteto e a Conferência de Annapolis. Infelizmente, todos os esforços para estabelecer a paz entre os dois povos fracassaram".
Em especial, a Assembléia Geral pode ajudar as partes beligerantes a descobrir novos modelos para alcançar a paz, baseados na aceitação mútua e na cooperação em meio à diversidade.
"A Delegação da Santa Sé acredita, disse dom Celestino Migliore, que esta falência se deve à falta de intenção política dos dois lados, insuficientemente corajosos para esforçarem-se seriamente por uma paz duradoura".
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