Mensagem é por ocasião do “Domingo do Mar”, que chama a atenção para todos os trabalhadores marítimos
Da Redação, com Rádio Vaticano
Por ocasião do dia dedicado ao “Domingo do Mar”, celebrado hoje, 9, o órgão vaticano para o serviço do Desenvolvimento Humano Integral enviou uma mensagem a todos os capelães, voluntários e parceiros do Apostolado do Mar, em que recorda a importância dos trabalhadores marítimos na vida cotidiana.
O Papa Francisco também recordou a celebração da data com uma mensagem em sua conta no twitter: “Confio os marítimos, os pescadores e todos aqueles que estão em dificuldades e longe de casa à materna proteção de Maria, Estrela do Mar”.
A mensagem enviada pelo Vaticano é assinada pelo prefeito do órgão, Cardeal Peter Turkson, e recorda, em especial, a importância da proteção dos direitos de quem trabalha no mar, expressos na Convenção do Trabalho Marítimo de 2006. O cardeal também anuncia o 24º Congresso Mundial do Apostolado do Mar, dedicado à pesca e aos pescadores, que será realizado em Kaohsiung, Taiwan, no próximo mês de outubro.
“Somos continuamente circundados por objetivos e produtos que, num determinado momento de sua comercialização, foram transportados por via marítima”, escreve o cardeal, lembrando que, graças ao duro trabalho e ao sacrifício dos marítimos, a vida é mais confortável, pois transportam de um país a outro cerca de 90% de todo tipo de mercadoria.
Apesar dessa contribuição essencial para a economia mundial, muitos são os desafios vividos pelos marítimos, sendo o primeiro deles a distância da própria família. A mensagem observa que o uso das redes sociais a bordo, se de um lado os conecta aos familiares em terra, por outro os isola do convívio fraterno na embarcação.
Durante as visitas a bordo, Cardeal Turkson reforçou a necessidade de se criar uma “conexão humana” e reforçar a “comunicação humana” entre os membros da equipagem, para evitar solidão, isolamento e depressão, fatores que podem levar ao suicídio. O prefeito do órgão cita um recente estudo publicado na Grã-Bretanha, em que o suicídio resulta ser a principal causa de morte entre os marítimos.
Violação dos Direitos Humanos
Outra questão contida na mensagem é a segurança dos portos, que às vezes impede o acesso ao navio por parte de visitantes. “Embora compreendendo de um lado a necessidade de tornar os portos ‘um local seguro’ para as pessoas e as mercadorias, de outro devemos garantir que ninguém seja vítima de discriminação ou que não possa desembarcar por motivo de nacionalidade, raça ou religião”.
A mensagem denuncia ainda a persistente violação dos acordos internacionais, e a consequente baixa retribuição, exploração e abusos no local de trabalho. Outro risco é a pirataria e os ataques armados.
“Peçamos a Maria, Stella Maris, que ampare o nosso serviço e nossa dedicação aos marítimos, aos pescadores e a suas famílias, e que proteja todo o povo do mar para que alcance o ‘porto seguro’ do céu’”, conclui a mensagem.