Encontro de três dias explorou diversas maneiras estudar para combater a xenofobia no mundo todo
Da redação, com Rádio Vaticano
O Vaticano e o Conselho Mundial de Igrejas (CMI) concluíram nesta sexta-feira, 15, um encontro de três dias em que exploraram maneiras de combater a xenofobia que é muitas vezes provocada e explorada por políticas populistas.
A Agência da ONU para Refugiados (UNHCR, sigla em inglês), em um relatório publicado recentemente, expôs respostas acerca da crise global de migração e refugiados, que são marcadas pelo medo enraizado na xenofobia e encorajado pela política populista.
A reunião de Roma foi organizada de forma conjunta com o CMI e pelo escritório do Vaticano para o Desenvolvimento Humano Integral, em colaboração com o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos. Entre seus objetivos está o planejamento de uma conferência mundial sobre essas questões, que será realizada de 21 a 24 de maio no próximo ano.
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Entre os principais palestrantes na reunião deste evento se encontrava o Secretário-Geral do CMI, Reverendo Olav Fykse Tveit, que descreveu o encontro como uma oportunidade de aprofundar os temas relacionados à xenofobia, além de discutirem outros temas ligados a este assunto, como o racismo e violência em outros países.
O secretário-geral observou ainda que a xenofobia é um fenômeno complexo ligado à migração, mas também a desenvolvimentos econômicos recentes, à medida que as pessoas temem perder seus empregos e estabilidade financeira.
O Reverendo Fykse Tveit disse que é vital compreender as várias razões para a migração, incluindo aqueles que fogem das guerras, e evitar que os migrantes sejam “bodes expiatórios para tudo o que cria os problemas do mundo hoje”, disse.
Outro ponto importante, disse ele, é perceber o quanto já foi feito “para desenvolver valores e atitudes cristãs” em relação ao “estranho”. Ele observou como a carta de São Paulo aos romanos tratava os desafios de “ser um na Igreja quando somos tão diferentes”.
Embora tais notícias raramente façam as manchetes, o pastor luterano disse que houve uma “forte mobilização nas igrejas locais”, pois as comunidades de base respondem aos desafios de “como nos relacionamos com o nosso novo vizinho, com o novo colega de classe na escola?”
O reverendo salientou ainda que é importante desenvolver uma mensagem “realista” que leve em conta os medos das pessoas, mas que também se baseia em valores cristãos para encorajar mudanças nos comportamentos, abordagens e atitudes das pessoas.
A Conferência Mundial está planejada para maio do ano que vem e trabalhará de forma mais profunda nas análises e aprendizagens das experiências de cada um, mas também em uma estratégia para compartilhar essa mensagem, estabelecendo relações com todas as pessoas de boa vontade.
“Conhecemos os problemas daqueles que têm que encontrar um novo lar bem como os desafios para aqueles que os recebem, mas também sabemos muito sobre as capacidades dos seres humanos para encontrar novos caminhos de viver juntos e os valores que podem nos inspirar a fazê-lo “, findou Tveit.