Pontifícia Academia para Vida

Vaticano apresenta Congresso para debater fronteiras da genética

O Congresso "As novas fronteiras da genética e o risco da eugenética", foi apresentado esta manhã na Santa Sé. O encontro, promovido pela Pontifícia Academia para a Vida acontecerá no Vaticano nos dias 20 e 21 deste mês.

A apresentação do Congresso foi feita em uma coletiva de imprensa, presidida pelo Presidente da Pontifícia Academia para a Vida, o Arcebispo Rino Fisichella, pelo chanceler do mesmo organismo, Mons. Ignácio Carrasco de Paula, e pelo docente de Genética Médica da Universidade “La Sapienza” de Roma, Prof. Bruno Dallapiccola.

O Arcebispo Rino Fisichella considera que a eugenética, considerada coisa do passado, surge hoje com o "rosto consolador de quem diz querer melhorar fisicamente a espécie humana" e exprime-se em "diversos projetos de ordem científica, biológica, médica, social e política".

"Estes projetos comportam um juízo ético, sobretudo quando se quer apoiar quem coloca em prática uma tal ação eugenética em nome de uma 'normalidade' de vida”, assinala.

Para D. Fisichella, "as conquistas genéticas" fazem parte do constante progresso tecnológico, que parece não ter fronteiras, tendo permitido conhecer "as diversas tipologias das doenças e, muitas vezes, oferecendo a possibilidade concreta de superar patologias hereditárias".

Contudo, alerta o presidente da Academia "o risco de uma deriva da genética não é só um apelo teórico que fazemos, pertence a uma mentalidade que tende a difundir-se".

Esta "mentalidade redutora, mas presente, tende a considerar que há pessoas com menos valor do que outras, seja por causa da sua condição de vida, pela pobreza ou a falta de educação, seja por causa da sua condição física, por exemplo os deficientes, os doentes psiquiátricos, as pessoas no chamado 'estado vegetativo' ou os idosos com patologias graves".

Mons. Ignacio Carrasco de Paula afirmou, por seu lado, que a eugenética é hoje "a principal instrumentalização discriminatória das descobertas das ciências genéticas", mas o Congresso da Academia Pontifícia procurará, acima de tudo, "chamar a atenção sobre todos os notáveis benefícios que se podem obter da investigação genética".

A abertura dos trabalhos será feita pelo Arcebispo Fisichella. A primeira sessão do encontro será dedicada ao tema "As novas fronteiras: história e definição do conceito de genética"; a segunda tratará do tema da "Dignidade da pessoa humana e eugenética"; a terceira refletirá sobre "Genética e eugenética à luz da Teologia Moral".

Os trabalhos concluem-se com uma audiência concedida pelo Papa.

Conteúdo acessível também pelo iPhone – iphone.cancaonova.com

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo