Audiência embaixador búlgaro

Unidade entre países deve se basear na solidariedade, diz Papa

O Papa Bento XVI iniciou as suas atividades deste sábado, 31,  recebendo em audiência, no Vaticano, o novo embaixador da Bulgária junto à Santa Sé, Nikola Kaludov, para a apresentação de suas credenciais.

No discurso dirigido ao diplomata búlgaro, o Santo Padre reiterou que a queda do Muro de Berlim, que 20 há anos permitiu à Bulgária iniciar um percurso democrático concluído dois anos atrás com a entrada na União Européia, não deve levar a esquecer que a unidade entre os Estados do continente deve se basear nos valores do respeito pelos direitos e da solidariedade, valores herdados do cristianismo. Bento XVI reconheceu e apreciou os esforços realizados pelo Estado do Leste europeu para alcançar a integração comunitária em 2007.

Em seguida, o Papa quis reiterar que, paralelamente, "no processo de construção européia", cada nação não deve sacrificar "a sua identidade cultural", mas, pelo contrário, encontrar modos a fim de que tal identidade "enriqueça toda a comunidade".

No caso da Bulgária, há uma antiga herança cristã a ser usada no presente e no futuro, afirmou o Pontífice ao embaixador búlgaro. Um tesouro de valores e convicções que deve impelir a Bulgária, bem como outros países europeus, a "criar condições para uma globalização com bom êxito".

Para que essa globalização "possa ser vivida positivamente, é necessário que ela sirva ao "homem todo e a todos os homens", frisou o Santo Padre, acrescentando que foi esse princípio que quis fortemente evidenciar em sua recente encíclica Caritas in veritate. "É essencial que o desenvolvimento legitimamente procurado não seja somente econômico, mas leve em consideração a pessoa humana por inteiro. A medida do homem não reside em seus pertences, mas no desenvolvimento de seu ser segundo as potencialidades que a natureza encerra",  recordou o pontífice.

Nesse sentido, para que o desenvolvimento do homem e da sociedade seja autêntico – prosseguiu Bento XVI – ele "deve necessariamente incluir uma dimensão espiritual e ética", que se traduz na prática de um "grande compromisso moral", para que "administrem de modo eficaz e desinteressado a parte de autoridade que lhes foi confiada".

 

De acordo com o Papa, a cultura cristã que permeia profundamente o povo búlgaro não é somente um tesouro do passado a ser preservado, mas garantia para um futuro promissor na medida em que protege o homem das tentações que sempre ameaçam fazer-lhe esquecer a sua grandeza e a unidade do gênero humano e as exigências de solidariedade que tal cultura comporta.

Recordando no início de seu discurso as "boas relações" existentes entre a Bulgária e a Santa Sé – para as quais a viagem apostólica de João Paulo II em 2002 contribuiu de modo determinante – Bento XVI declarou esperar que as bases dessa relação sejam reforçadas e ampliadas. Além disso, assegurou que a Igreja búlgara "quer trabalhar pelo bem-estar de toda a população", mediante todas as suas estruturas.

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