Ataques a três igrejas no Sri Lanka aconteceram no dia 21 de abril de 2019 e deixaram aproximadamente 300 mortos; Situação provocou sentimento de medo entre os cristãos
Da redação, com Fundação AIS
Um ano após os dolorosos atentados terroristas em três igrejas no Sri Lanka, que deixaram aproximadamente 300 mortos, a comunidade cristã reafirma seu perdão e olha para o futuro pedindo justiça. Os ataques, que aconteceram no dia 21 de abril de 2019, há precisamente um ano, deixaram uma ferida profunda no país e um indisfarçável sentimento de medo entre os cristãos. Com o passar do tempo, houve uma crescente participação de fiéis nas missas dominicais, até o país adotar o isolamento social em razão da pandemia do coronavírus.
Padre Jude Fernando, reitor do Santuário de Santo Antônio, uma das três igrejas onde se verificaram os ataques terroristas, comprova o fato. O sacerdote afirma que “a participação na Missa havia recuperado 80% da normalidade”. O fato de as igrejas estarem agora fechadas, por causa do coronavírus, ajuda a tranquilizar os cristãos, já que diminui a eventualidade de um novo ataque, explica padre Jude.
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Apesar de a comunidade cristã exigir justiça em relação aos autores materiais e morais dos atentados, pedindo que seja investigada toda a responsabilidade até ao mais alto nível na estrutura do Estado, isso não impede a capacidade de perdoar os terroristas do National Thawheed Jamaat (NTJ), uma organização jihadista ligada ao Estado Islâmico e responsável pelos ataques. “Sim, podemos afirmar que perdoamos os terroristas “, afirma o reitor do Santuário de Santo Antônio.
Quanto à questão judicial em si, apesar da prisão de 135 pessoas acusadas de responsabilidade nos atentados, o próprio cardeal Ranjidh, Arcebispo de Colombo, a capital do Sri Lanka, já afirmou que falta transparência ao processo e que há elementos que “permanecem ocultos”. Padre Jude mostra-se, no entanto, otimista. “Acredito que algo de bom resultará” das investigações, e espero “que seja feita justiça”.
Logo após os atentados do ano passado, a Fundação AIS financiou o trabalho de cerca de quatro dezenas de terapeutas para a assistência psicológica a duas mil pessoas, adultos e crianças, que se encontravam nas três igrejas onde ocorreram as explosões. Além disso, os terapeutas colaboraram ainda na formação de cerca de outros 300 especialistas que, desde então, têm estado empenhados no apoio à comunidade cristã.