França

Último adeus ao cardeal Jean-Marie Lustiger, em Paris

A Catedral de Notre-Dame de Paris acolheu na manhã desta sexta feira, 10, a cerimônia fúnebre do Cardeal Jean-Marie Lustiger, Arcebispo Emérito da diocese parisiense, e uma das grandes figuras da Igreja, respeitado em todos os quadrantes da vida francesa.

Entre as várias personalidades que acorreram ao último adeus encontrava-se o presidente da França, Nicolas Sarkozy.
O atual Arcebispo de Paris, André Vingt-Trois, evocou na sua homilia a figura de "um mestre espiritual" e uma "personalidade excepcional". Para este responsável, o Cardeal Jean-Marie Lustiger foi, acima de tudo, "um crente", que não se fechou no mundo eclesiástico, tecendo uma espécie de "paróquia universal".

O Cardeal Lustiger nasceu a 17 de Setembro de 1926, em Paris, de pais polacos de religião judaica. Converteu-se ao catolicismo em 1940, com a idade de 14 anos; dois anos depois, a sua mãe foi deportada para o campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, onde morreu.

Formado em filosofia e teologia, Jean-Marie Lustiger foi ordenado sacerdote em 1954, Bispo de Orleans, em 1979, e Arcebispo de Paris, em 1981. Foi criado Cardeal em 1983, pelo Papa João Paulo II, com quem teve uma forte ligação.

Por ocasião do falecimento do Cardeal francês, Bento XVI enviou um telegrama manifestando a sua "profunda união de oração com a Arquidiocese de Paris, com os familiares do defunto e com todos aqueles tocados pelo falecimento desta grande figura da Igreja na França".

"Confio à misericórdia de Deus o caro Cardeal Lustiger, que consagrou generosamente sua vida ao serviço de Deus. Dou graças ao Senhor pelo seu ministério episcopal tendo presente a lembrança deste pastor apaixonado pela busca de Deus e pelo anuncio do Evangelho ao mundo", escreveu o Papa.

Bento XVI disse ainda que "do seu ministério junto dos estudantes, o Cardeal Jean-Marie conservara sempre o cuidado com os jovens. Nas comunidades que lhe foram confiadas, ele contribuiu para desenvolver o compromisso missionário dos fiéis e comprometeu-se particularmente em renovar a formação dos padres e dos leigos".

Para o Papa, o falecido Cardeal foi um "homem de fé e de diálogo, que se dedicou generosamente a fim de promover relações cada vez mais fraternas entre cristãos e judeus. De intelectual visão, ele soube colocar os seus dons ao serviço da fé para tornar presente o Evangelho em todos os campos da vida e da sociedade".

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