Por ocasião do aniversário do Papa, amanhã, 16, uma emissora de televisão pública russa transmitirá, pela primeira vez, um documentário sobre Bento XVI, cuja biografia é ainda pouco conhecida entre os russos. No vídeo, registrado alguns meses atrás no Vaticano, o Santo Padre dirige uma saudação em russo auspiciando que os bispos católicos e as suas comunidades em todo o território da Rússia "sejam sempre repletos do ardor da fé". "Somente em Deus, lê-se na mensagem de Bento XVI, a busca da felicidade pode encontrar a sua resposta plena e definitiva."
Na mensagem dirigida aos cidadãos russos, Bento XVI ressalta a grandeza da Rússia sob muitos aspectos: "em sua dimensão territorial, em sua longa história, em sua magnífica espiritualidade, em suas múltiplas expressões artísticas".
Em seguida, o Santo Padre recorda luzes e sombras que marcaram a história da Rússia: "quão dramáticos foram por vezes os episódios dos povos russos", escreve o Papa referindo-se ao milênio há pouco concluído, em particular, aos últimos "cem anos de guerras, devastações e totalitarismos".
Trata-se de capítulos dilacerantes, acrescenta Bento XVI, que tinham "a sua raiz na negação violenta de Deus". Mas as imagens sombrias que obscureceram o horizonte do continente europeu foram contrastadas e vencidas por esplêndidas luzes. São as luzes, observa o Papa, de "tantos mártires, católicos, ortodoxos e outros fiéis, que pereceram sob a opressão de ferozes perseguições".
Esse amor a Cristo até o martírio, que une cristãos e ortodoxos, mostra a urgência de recompor a unidade dos cristãos: o premente convite de Jesus, dirigido a Seus discípulos no Cenáculo, escreve o pontífice, "nos obriga todos a buscar os caminhos mais oportunos para eliminar as tensões existentes, conjugando todo esforço, intensificando, sobretudo, a oração pela unidade na única fé".
E nessa direção, ressalta Bento XVI, estão se movendo a Igreja católica e a Igreja ortodoxa russa. Animados pelo Espírito Santo, explica o Santo Padre, "desejamos construir uma sociedade na qual sejam defendidos e tutelados os valores da vida, da dignidade humana e da família".
Unidas, as Igrejas do Oriente e do Ocidente, conclui o Papa, "de modo eficaz uma palavra nova especialmente à Europa, para que fiel à sua identidade construa o futuro, sem rejeitar as suas raízes cristãs".