Primeiro efeito

Trégua em Gaza: padre espera entrada maciça de ajuda humanitária

Vigário da Custódia da Terra Santa espera que a questão da ajuda humanitária seja o primeiro efeito do anúncio de trégua

Da Redação, com Vatican News

Padre Ibrahim Faltas/ Foto: Reprodução Youtube

O Vigário da Custódia da Terra Santa, padre Ibrahim Faltas, relata como recebeu a notícia do acordo de trégua em Gaza, anunciado nesta semana. Entre todas as mensagens que recebeu, as mais bonitas, segundo ele, foram as das crianças feridas em Gaza que ele conseguiu levar aos hospitais italianos meses atrás com colaboração do governo.

“Elas me escreveram da Itália e em italiano, que agora aprenderam depois de dez meses: ‘Abuna, abuna! Acabou! A guerra acabou!’. Essas mensagens me levaram às lágrimas”.

Nesses quinze meses de guerra, o sacerdote tem sido a voz reconhecida em todos os lugares dos inocentes, dos fracos, das crianças e dos cristãos que sofreram a tragédia da guerra. Ele comenta que a maioria das pessoas expressa um sentimento de satisfação, tanto em Tel Aviv quanto em Gaza, pelo anúncio da trégua, apesar de “uma pequena minoria fanática que gostaria que o conflito continuasse até que Gaza fosse varrida do mapa”.

Padre Ibrahim, porém, faz uma ressalva: “cuidado para não confundir essas expressões de satisfação com exaltações por uma vitória, porque aqui ninguém ganhou e todos perderam. São João Paulo II já dizia: ‘A guerra é sempre uma derrota’”.

Expectativa de ajuda humanitária

A população de Gaza está desesperada, 80% das casas estão destruídas e, no norte, talvez ainda mais. Os acampamentos com barracas são enormes e há escassez de alimentos e água.

Padre Ibrahim espera que o primeiro efeito da trégua seja a entrada maciça de ajuda humanitária. “Conversei esta manhã com diplomatas de alguns países vizinhos que me garantiram que já estão prontos 600 caminhões por dia cheios de alimentos e suprimentos médicos. Espero também que possam ser instalados em breve os hospitais de campanha para substituir os que foram bombardeados e destruídos.”

Sofrimento também em Israel

“Também não devemos ignorar o sofrimento do lado israelense; estou pensando nos reféns, mas também nas muitas famílias que foram devastadas por esses meses de guerra, os refugiados da alta Galileia, por exemplo. Acredito também que, além da ajuda humanitária, a comunidade internacional também possa contribuir em termos de segurança e interposição entre as partes”.

Padre Ibrahim recentemente voltou da Síria, outra terra marcada por anos de guerra. “Vi um país destruído que levará anos para ser reconstruído e vi também a condição sempre precária da população cristã”, conta. “Mas me dizem que a destruição em Gaza é ainda pior do que na Síria. É minha intenção, assim que for possível, também ir a Gaza e contribuir com a ajuda urgente de que necessita”.

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