O Pontifício Conselho da Justiça e da Paz promove nesta terça-feira, 8, uma Conferência Internacional sobre o tráfico de seres humanos.
Organizado em parceria com o Departamento para as Políticas Migratórias da Conferência Episcopal da Inglaterra e Gales, o evento pretende iniciar um processo de colaboração entre Igrejas, polícias e organizações internacionais para lutar contra este fenômeno.
De acordo com um documento divulgado pelo Pontifício Conselho, as pessoas vítimas do tráfico seriam dois milhões e 400 mil – um mercado que fatura todos os anos 32 bilhões de dólares. Deste número, 79% é explorado com fins sexuais.
Esta Conferência é centralizada na prevenção, no suporte pastoral e na reabilitação das vítimas.
Na coletiva de imprensa, o Presidente do Pontifício Conselho, Card. Peter Kodwo Appiah Turkson, destacou os esforços da comunidade internacional em criar leis, acordos para combater este fenômeno. Apesar disso, o problema persiste.
Segundo ele, as leis nacionais e os acordos internacionais são necessários, mas não suficientes para derrotar este flagelo. "A promoção dos direitos fundamentais da pessoa, de cada pessoa, é uma tarefa que exige em primeiro lugar a conversão dos corações."
Para o Presidente do Pontifício Conselho, é preciso investir numa educação autêntica da população, principalmente dos grupos mais vulneráveis: "É necessária uma ordem internacional mais justa, para que a pobreza e o subdesenvolvimento deixem de constituir um terreno fértil em que os traficantes possam encontrar potenciais vítimas".
A Igreja, por sua vez, está engajada na prevenção e no cuidado pastoral das vítimas. No Brasil, por exemplo, pode-se citar a Rede "Um grito pela vida", que trabalha não só diretamente com as pessoas, mas também analisando, identificando as rotas deste fenômeno no Brasil.
"Não podemos ceder ao desconforto", exortou o Card. Turkson. "Se de um lado há quem tenta se enriquecer explorando a vida das pessoas, de outro existe outra humanidade, feita de homens e mulheres que todos os dias consagram suas vidas na luta contra o flagelo do tráfico de seres humanos."