Retomada dos confrontos é a mais grave desde a troca de foguetes e artilharia pesada que durou cinco dias em julho, marcando o pior conflito entre os dois países
Da redação, com Reuters

Cambojanos evacuam área de fronteira disputada com a Tailândia devido ao reacendimento das tensões / Foto: Reprodução Reuters
Moradores cambojanos buscaram refúgio nesta segunda-feira, 8, enquanto os confrontos com a Tailândia recomeçavam em várias áreas da fronteira disputada. Ambos os lados se acusavam mutuamente, e a Tailândia realizou ataques aéreos contra o que alegou serem instalações militares cambojanas.
Imagens da mídia local cambojana na segunda-feira mostraram uma longa fila de moradores cambojanos, em seus tratores e motocicletas, descendo uma estrada na província de Preah Vihear, enquanto evacuavam a área de fronteira disputada.
A Reuters conseguiu verificar a localização por meio de placas e traçado da estrada, que coincidem com imagens de arquivo e de satélite, além de fotos que corroboram a informação. A Reuters não conseguiu verificar a data de forma independente. O exército cambojano afirmou que o exército tailandês lançou ataques contra suas forças na segunda-feira.
O conflito eclodiu antes do amanhecer de segunda-feira, com confrontos em cinco pontos da fronteira, segundo o exército tailandês. O Ministério da Defesa do Camboja afirmou que suas forças foram atacadas, mas não revidaram e estavam respeitando o cessar-fogo após “numerosas ações provocativas” da Tailândia.
O exército tailandês também afirmou que suas tropas foram atacadas e acusou o Camboja de disparar foguetes BM-21 montados em caminhões contra áreas civis. Segundo o exército tailandês, as forças cambojanas usaram lançadores de granadas, artilharia e drones para lançar explosivos sobre bases tailandesas.
A força aérea tailandesa informou que seus caças lançaram ataques aéreos no início da manhã, visando instalações militares, com base em avaliações operacionais que indicavam que o Camboja havia mobilizado armamento pesado e reposicionado unidades de combate.
A retomada dos confrontos é a mais grave desde a troca de foguetes e artilharia pesada que durou cinco dias em julho, marcando o pior conflito entre os dois países na história recente. Pelo menos 48 pessoas morreram e 300 mil foram deslocadas antes da intervenção do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para negociar um cessar-fogo.
