Após diversos adiamentos, finais da modalidade são realizadas no Taiti; poucas ondas afetam performances dos brasileiros, que ainda conquistam medalhas

Gabriel Fontana
Da Redação

O Brasil garantiu mais duas medalhas nesta segunda-feira, 5, e ambas vieram do surfe. Após a estreia da modalidade nas Olimpíadas de Tóquio 2020 e o ouro de Ítalo Ferreira, o esporte voltou a garantir conquistas para o país no esporte: Tatiana Weston-Webb foi prata entre as mulheres, conquistando a primeira medalha brasileira no surfe feminino, enquanto Gabriel Medina ficou com o bronze na disputa masculina.

Após vários adiamentos devido às condições climáticas no Taiti, as semifinais e finais aconteceram nesta segunda-feira, data limite para a conclusão das disputas na modalidade. O primeiro brasileiro a cair na água foi Medina, que enfrentou o australiano Jack Robinson.

Apesar da autorização para a realização das baterias, o tempo ainda não era o mais adequado – pouquíssimas ondas se formavam em Teahupo’o, e houve momento em que o mar ficou completamente “liso”. Essa condição afetou diretamente o brasileiro, que conseguiu pegar apenas uma onda e teve sua nota “reduzida”, uma vez que na disputa do surfe são somadas as pontuações de duas ondas diferentes.

Robinson anotou 12.33 pontos, enquanto Medina ficou com 6.33. Com isso, o brasileiro foi eliminado, e foi à disputa pela medalha de bronze. Contra o peruano Alonso Correa, porém, a maré virou, e Gabriel conseguiu um melhor desempenho – somou 15.54 pontos, contra 12.43 de nota do rival –, garantindo o 3º lugar na competição.

Tatiana Weston-Webb conquista primeira medalha no surfe feminino

Tatiana Weston-Webb teve melhor sorte que seu compatriota. Além de realizar uma grande exibição, com várias notas altas e que culminaram com a pontuação de 13.66 pontos, a brasileira viu sua adversária, a costa-ricense Brisa Hennessy, cometer uma interferência.

No caso, a punição aconteceu porque Hennessy atrapalhou Weston-Webb a pegar uma onda cuja prioridade era da brasileira. Ela foi penalizada em uma de suas notas, que permaneceu zerada. Isso significa que, ao invés do somatório de duas ondas, a costa-ricense só poderia contar com a nota de uma única onda.

A brasileira soube administrar bem sua vantagem e, depois que ultrapassou os 10.00 pontos – pontuação máxima que a adversária poderia fazer –, praticamente confirmou a vaga. A classificação para a final foi garantida após o término da bateria, e Tatiana começou a se preparar para brigar pelo ouro com a estadunidense Caroline Marks.

Na final, o mar voltou a roubar a cena com poucas ondas. Após 15 minutos de bateria, cada uma das surfistas tinha pegado apenas uma onda “ruim”, com pontuações inferiores a 1.00 ponto. Pouco tempo depois, Marks conseguiu uma boa nota, indo a 8.00 pontos.

Weston-Webb não demorou para reagir. Apesar da dificuldade com o mar, ela conseguiu executar algumas manobras em uma onda e o somatório da brasileira foi a 6.26 pontos. Ainda seria necessária mais uma boa onda para seguir aumentando a pontuação.

A seis minutos do fim da bateria, a nota da estadunidense voltou a aumentar, passando para 10.50 pontos. Faltavam menos de dois minutos quando Tatiana conseguiu mais uma onda. Precisando de 4.68 pontos para assumir a liderança da competição, a bateria acabou e restou esperar pela nota. Contudo, não foi suficiente: Weston-Webb teve 4.50 pontos e finalizou sua somatória com 10.33, ficando com a prata.

Outros resultados do dia

Mais cedo, no tênis de mesa, a equipe masculina do Brasil se classificou para as quartas de final após vencer Portugal por 3 a 1. O time feminino, porém, não teve a mesma sorte: perdeu por 3 a 1 para a Coreia do Sul e foi eliminado. Outra equipe brasileira a ser eliminada foi a de vôlei masculino, que perdeu para os Estados Unidos por 3 sets a 1 e se despediu de Paris sem chances de medalhas.

Da quadra para as areias, Ana Patrícia e Duda despacharam a dupla japonesa após vencerem por 2 sets a 0 e passaram para as quartas de final do vôlei de praia. Nos 200 metros rasos, Renan Correa se classificou para as semifinais. No hipismo, Stephan Barcha (13º) e Rodrigo Pessoa e (17º) avançaram para a final a competição de saltos, que acontecerá nesta terça-feira, 5, às 5h. Yuri Mansur, contudo, não conseguiu garantir sua vaga.  

Quadro de medalhas

Com as medalhas de Tatiana Weston-Webb e Gabriel Medina, além do ouro de Rebeca Andrade mais cedo, na final do solo na ginástica feminina, o Brasil alcançou um total de 13 medalhas, sendo duas douradas.

As outras conquistas do país vieram com Beatriz Souza (judô, ouro); Willian Lima (judô, prata); Caio Bonfim (atletismo – marcha atlética, prata); Rebeca Andrade (ginástica artística – salto e individual geral, duas pratas); Larissa Pimenta (judô, bronze); Rayssa Leal (skate street, bronze); equipe de ginástica artística feminina (bronze); equipe mista de judô (bronze) e Beatriz Ferreira (boxe, bronze).

O quadro de medalhas continua sendo liderado pela China, com 21 medalhas de ouro e 53 ao todo. Os Estados Unidos aparecem na segunda posição, com 20 medalhas de ouro e 78 no total, enquanto a França ocupa o terceiro lugar, com 13 medalhas de ouro e 48 ao todo.

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