Francisco recebeu neste sábado, 18, os participantes da Pontifícia Academia das Ciências Sociais, que estão realizando um encontro dedicado ao tráfico de pessoas
Rádio Vaticano
O Papa Francisco recebeu neste sábado, 18, os participantes da Plenária da Pontifícia Academia das Ciências Sociais, que estão realizando um encontro dedicado ao tráfico de pessoas. O trabalho desta Academia é estudar as novas formas de escravidão para erradicar o tráfico de seres humanos, colocando-se a serviço dos mais marginalizados e excluídos. Os especialistas estarão reunidos até o próximo dia 21.
Dirigindo-se ao grupo, o Papa lembrou o Evangelho de Mateus, que propõe as palavras do Senhor: “Todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes”.
Fenômeno dos dias de hoje
“Hoje, em meio a estes irmãos mais necessitados estão aqueles que sofrem a tragédia das formas modernas de escravidão, do trabalho forçado, da prostituição, do tráfico de órgãos, das drogas”, disse Francisco.
O Pontífice acrescenta dizendo que infelizmente em um sistema econômico global dominado pelo lucro, desenvolveram-se novas formas de escravidão, de certa forma piores e mais desumanas do que as de 2014.
Para o Papa, “somos todos chamados a denunciá-las e a combatê-las, conscientizando o nosso entorno sobre este mal, que muitos querem ocular por ser escandaloso e politicamente incorreto. Ninguém gosta de admitir que em sua própria cidade, região ou nação existem novas formas de escravidão, mas sabemos que esta chaga se encontra em quase todos os países. Temos que denunciar este terrível flagelo em sua gravidade”.
Reiterando a importância de aumentar a conscientização sobre o fenômeno, o Papa chamou em causa o poder legislativo, que deve levar os traficantes à justiça e reempregar seus lucros na reabilitação das vítimas.
Sentenças justas
“Devem ser impostas penas mais adequadas aos cúmplices deste mercado desumano. Devemos melhorar as formas de recuperação e inclusão social das vítimas, atualizando também as normas do direito de asilo. As autoridades tomem consciência desta tragédia, que constitui um retrocesso para a humanidade”.
Terminando sua saudação, o Pontífice encorajou o grupo a prosseguir em seu trabalho de informar o mundo sobre este desafio. “A luz do Evangelho é guia para quem se coloca a serviço da civilização do amor, onde as Bem-aventuranças têm ressonância social, onde existe a inclusão real dos últimos”.
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