Apesar de Portugal ter uma das “mais avançadas e completas leis” que regulam o uso e porte de armas, “nem a sua aplicação nem a atuação das forças de segurança são suficientes para resolver o problema do excessivo número de armas ilegais na posse de cidadãos que ainda se regista”, refere o Observatório sobre a Produção, o Comércio e Proliferação de Armas Ligeiras.
Exemplos desta situação são os casos recentes do uso de armas num banco em Vila Nova de Gaia, ou o assalto a uma estação de serviço em Benavente, que resultou numa morte.
Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, onde a “tragédia na Universidade Técnica da Virgínia, no passado dia 16 de Abril”, que vitimou 33 pessoas entre eles jovens estudantes e professores é recordada, o Observatório sobre a Produção, o Comércio e Proliferação de Armas Ligeiras manifesta que “esta tragédia chama a atenção para os malefícios da proliferação de armas ligeiras”.
A cultura que impera nos Estados Unidos da América é do “direito dos indivíduos ao uso de armas”, onde é fácil a aquisição de armas ligeiras. “Esta situação contrasta com a Europa Ocidental”, no entanto, o Observatório quer lembrar que “a sociedade civil tem a obrigação de continuar atenta e chamar a atenção do Estado para o cumprimento do que lhe cabe para assegurar a tranquilidade dos cidadãos”.
O Estado deve procurar as causas profundas da violência e intervir, de forma articulada, nos diferentes domínios sociais nomeadamente na “eliminação da pobreza e a luta contra a exclusão social, a disponibilização de habitação digna e a criação de condições que introduzam melhorias no mercado do emprego”.
"No concerto das Nações, Portugal deverá pugnar por uma atitude conjunta mais ativa e abrangente na luta contra a produção e comércio ilícitos de armas ligeiras, procurando contrariar os países mais inclinados a defender a desregulação destas atividades a nível mundial”, finaliza o comunicado.