Cardeais explicam:

Sínodo quer entender melhor o desígnio de Deus para a família

Cardeais brasileiros explicam que questões práticas serão respondidas, mas é preciso saber antes o desígnio de Deus para a família

André Cunha
Da redação, com colaboração de Danusa Rego (Roma)

Quando anunciado pelo Papa Francisco no último ano, o Sínodo sobre a Família despertou o interesse de muitas pessoas a respeito da posição da Igreja sobre alguns assuntos. Temas como o casamento entre pessoas do mesmo sexo, casais de segunda união são os que chamam a atenção.

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Arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Pedro Scherer / Foto: Arquivo

No entanto, segundo o arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, que participa do Sínodo, estas questões práticas só poderão ser respondidas, tendo por base, a verdadeira proposta do sínodo: conhecer, de fato, o desígnio de Deus sobre o casamento e a família.

Para Dom Odilo, esta é a base de toda a reflexão. “Sem isso nós não conseguiremos falar sobre outros assuntos práticos, se não tivermos bem claro esta base fundamental. Portanto, este é o nosso ambiente, é o horizonte dentro do qual nós nos movemos, e a partir do qual, o Sínodo dirá uma palavra boa ao mundo, sobre as famílias”.

Para que isso aconteça, a Igreja quer entrar na visão da família, na sua realidade de hoje, na cultura atual, como explicou também o presidente da Congregação para a Vida Consagrada, Cardeal João Braz de Aviz.

“A Igreja quer entrar na realidade do sofrimento, das dificuldades, dos sonhos desfeitos, da dor que existe no meio da família, porque se a família é uma realidade de Cristo, ela é uma realidade também da Igreja, uma realidade nossa”, afirmou o cardeal.

O Papa Francisco encorajou os padres sinodais a terem coragem de falar franca e abertamente sobre as realidades que envolvem a família. Pediu ainda que os bispos deem uma “palavra verdadeira, sem medo de falar”.

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Cardeal João Braz de Aviz, presidente da Congregação para a Vida Consagrada / Foto: Arquivo

“E essa palavra me parece que foi muito importante, porque o Papa quer uma coisa livre, aberta, inclusive o trato com a imprensa mudou completamente, no sentido de não termos coisas fechadas, mas abertas”, disse Dom João.

E completou: “os bispos querem falar, os cardeais querem falar, os casais querem falar, que falem com a imprensa, que falem com todos. É uma atitude propositiva, de abertura, isso nos está agradando demais”.

Na tentativa de se promover essa abertura pedida pelo Papa, a Sala de Imprensa da Santa Sé apresenta diariamente resumos dos assuntos apresentados nas reuniões.

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