Aos novos embaixadores

Ser humano precisa de fraternidade para uma vida digna, diz Papa

Para viver dignamente, cada ser humano necessita de respeito e de justiça. Mas não só isso: precisa também de fraternidade. Foi o que afirmou o Papa Bento XVI nesta quinta-feira, 16, na cerimônia de entrega das cartas credenciais aos embaixadores, junto a Santa Sé, de Andorra, Nepal, Mali, Zâmbia e Seychelles.

No discurso geral pronunciado aos novos embaixadores, o Santo Padre destacou o tema da fraternidade humana e afirmou que este princípio encontrou "ressonância menor" na sociedade política moderna, "em comparação a outros ideais como liberdade, igualdade, progresso ou unidade", sobretudo por causa da influência exercida pelas ideologias individualistas ou coletivistas.

Para os cristãos, ressaltou Bento XVI, a fraternidade tem um "significado particular, por causa do desígnio de amor fraterno de Deus, de fraternidade – portanto, revelado por Cristo. Foi por isso mesmo que na Encíclica Caritas in veritate, foi amplamente abordado este tema indispensável para uma harmoniosa convivência humana”.

“Para viver dignamente, cada ser humano tem necessidade de respeito; tem igualmente necessidade que lhe seja prestada justiça e reconhecidos concretamente os seus direitos. Contudo, isso não basta para conduzir uma vida plenamente humana: de fato, a pessoa precisa também de fraternidade”, explicou o Papa.

"A razão humana – disse o Santo Padre – é capaz de reconhecer a igualdade de todos os homens e a necessidade de limitar as desigualdades excessivas entre eles, mas é incapaz de estabelecer a fraternidade. Esta se trata de um dom sobrenatural. Por seu lado, a Igreja vê a realização da fraternidade humana sobre a terra como uma vocação contida no projeto criador de Deus, que quer que ela [Igreja] seja, cada vez mais fielmente, a promotora da fraternidade, tanto em âmbito mundial como local, como nos países que representais junto a Santa Sé", disse o Papa aos embaixadores.   

O Pontífice afirmou ainda que isso vale, não só nas relações mais próximas, mas para todo o mundo. "Embora o processo de mundialização, que está em andamento, aproxime os seres humanos uns dos outros, não os torna irmãos", sublinhou.

"A causa profunda do subdesenvolvimento é a falta de fraternidade”, disse Bento XVI recordando a mensagem do Papa Paulo VI, na Encíclica Populorum Progressio.

O Papa destacou que, ao mesmo tempo que a Igreja suscita uma proximidade particular entre os seus discípulos, ela deseja dar o seu contributo sincero e forte para a formação de uma comunidade mais fraterna entre todos os seres humanos.

Por isso, a Igreja não age à maneira de um 'lobby', preocupada apenas com os seus próprios interesses. Mas, sob o olhar d’Aquele que é o Criador de todos os homens, a Igreja pretende, em sua ação, honrar a dignidade de cada um dos seres humanos, disse Bento XVI, e concluiu: “Esforça-se, portanto, por estabelecer o amor e a paz como base dos múltiplos elos humanos que unem as pessoas umas às outras, como Deus o quis, na sua sabedoria criadora”.


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