Francisco disse aos médicos que sua profissão, enriquecida pelo espírito de fé, é um motivo a mais para colaborar com aqueles que reconhecem a dignidade da pessoa humana
Da redação, com Rádio Vaticano
O Papa Francisco recebeu em audiência, na manhã deste sábado, 15, no Vaticano, cerca de cinco mil membros da Associação dos Médicos Católicos Italianos, por ocasião dos seus 70 anos de fundação.
Em seu discurso ao numeroso grupo de membros da Associação, acompanhados de algumas crianças doentes e seus familiares, o Santo Padre recordou que, em nossos dias, “devido aos progressos científicos e técnicos, aumentaram, sensivelmente, as possibilidades de cura física, mas também diminuíram a capacidade de cuidar da pessoa, sobretudo, quando é sofredora, frágil e indefesa”.
Com efeito, disse o Papa, as conquistas da ciência e da medicina podem contribuir para melhorar a vida humana. Eis porque os médicos católicos se esforçam em viver a sua profissão como missão humana e espiritual e como um verdadeiro apostolado laical.
A atenção à vida humana, de modo particular às pessoas com maior dificuldade, como o enfermo, o idoso, a criança, envolve profundamente a missão da Igreja. À luz da fé e da justa razão, a vida humana é sempre sagrada e qualitativa. É o que, segundo o Papa Francisco, os médicos católicos afirmam com a sua profissão:
“A sua obra quer testemunhar, com a palavra e o exemplo, que a vida humana é sempre sagrada, válida e inviolável e, como tal, deve ser amada, defendida e cuidada. A sua profissão, enriquecida pelo espírito de fé, é um motivo a mais para colaborar com aqueles que reconhecem a dignidade da pessoa humana. Por isso, exorto-os a prosseguir, com humildade e confiança, nesta estrada, seguindo os ensinamentos do Magistério da Igreja”.
Uma “falsa compaixão”, advertiu o Papa, poderia levar os médicos a favorecer o aborto, a eutanásia e até a produzir um filho em laboratório. Porém, a “compaixão evangélica”, por sua vez, propõe a imagem do Bom Samaritano, que vê, tem compaixão, se aproxima e oferece sua ajuda concreta ao necessitado. Da mesma forma, a missão dos médicos os coloca em contínuo contato com tantas formas de sofrimento.
E o Papa os exortou: “Encorajo-os a serem bons samaritanos, tendo cuidado especial com os idosos, os enfermos e os portadores de deficiências. A fidelidade ao Evangelho da Vida e ao seu respeito, como dom de Deus, exige, certas vezes, escolhas corajosas e ir contracorrente”.
O Pontífice concluiu seu discurso aos Médicos Católicos Italianos convidando-os a prosseguir no seu caminho de crescimento e maturação, colaborando, de modo construtivo, com as pessoas e as instituições, que compartilham do amor à vida e da sua dignidade, sacralidade e inviolabilidade.