Seis países recusaram convites para a cerimônia simbólica de entrega do Prêmio Nobel da Paz ao dissidente chinês Liu Xiaobo no dia 10 de dezembro, disse nesta quinta-feira, 18, a comissão norueguesa responsável pelo prêmio. O ativista está atualmente preso na China.
Os seis países que recusaram o convite são Rússia, Cazaquistão, Cuba, Marrocos, Iraque e a própria China. Eles não deram o motivo, disse à Reuters Geir Lundestad, secretário da comissão do Prêmio Nobel.
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A comissão enviou convites para 58 países com embaixadas na Noruega. Trinta e seis aceitaram, enquanto 16 não haviam respondido até o prazo na manhã de quinta-feira, mas ainda poderiam dar resposta para comparecer, disse Lundestad.
Ele acrescentou que a China realizou uma campanha sem precedentes para boicotar a participação dos países na cerimônia de entrega do prêmio.
"Não conheço nenhum outro exemplo em que um país tentou ativamente e diretamente retirar embaixadores da cerimônia do Nobel", disse Lundestad à Reuters.
A China enviou cartas aos ministérios de Relações Exteriores e embaixadas pedindo que diplomatas não comparecessem à cerimônia em Oslo, alertando sobre "consequências" para aqueles que apoiarem o ativista defensor da democracia.
"A China não é o único fator nisso", disse Lundestad. "Sempre existem alguns embaixadores que não vêm por algum motivo, e não precisam dizer por quê."
"A grande questão deste ano é a China, e como a China é capaz de afetar a decisão dos outros", disse ele. "Diversos países têm que verificar com seus próprios governos… Isso se tornou um assunto delicado em alguns governos."
A China devolveu todas as correspondências da comissão do Nobel sem que fossem abertas, disse Lundestad.
Liu Xiaobo, que está cumprindo pena de 11 anos de prisão acusado pelo governo chinês de subversão, foi laureado com o Nobel em outubro em reconhecimento a décadas de ativismo não-violento pela democracia e os direitos humanos.
Um ex-professor de literatura, de 54 anos, tornou-se conhecido como ativista desde que participou de uma greve de fome durante os protestos de 1989 na Praça da Paz Celestial.
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