A água é um bem público e deve ser usufruído por todos, sem exceção. Esse é o teor do documento divulgado nessa terça-feira, 13, pela Santa Sé, que participa, por meio do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, do VI Fórum Mundial da Água, em andamento em Marselha, na França.
O documento “Água, elemento essencial para a vida” pede ações urgentes da comunidade internacional para assegurar o acesso à água ressaltando que ela não é um bem meramente mercantil, mas público. “É compreensível que atores privados tendam a desenvolver atividades rentáveis, não se devem esquecer que a água tem um valor social indispensável para o desenvolvimento integral dos povos e para a paz”, diz ainda o texto.
Lembrando que neste momento histórico bilhões de pessoas estão sem água em quantidade ou qualidade suficientes para uma vida digna, segura e confortável, a Santa Sé afirma que são necessárias mais do que “declarações de intenções”.
Segundo o Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, os números da sede estão “subestimados”, porque o direito à água deve se basear no acesso regular e constante à água potável. Assim, constata-se que 1,9 bilhões de pessoas acessam somente água insalubre e 3,4 bilhões utilizam ocasionalmente água de qualidade insegura. E o acesso à água potável não está definitivamente garantido a cerca de metade da população mundial.
A Santa Sé alerta: se em 2012 não forem tomadas decisões incisivas neste campo, o aquecimento global e as alterações climáticas vão afetar os recursos disponíveis e milhões de pessoas poderiam ficar privadas da água. Por isso, o documento destaca também a importância da sobriedade nos consumos.
O Fórum Mundial é organizado a cada três anos pelo Conselho Mundial da Água e esta edição reúne 20 mil pessoas de 140 países.
Já o Dia Mundial da Água é celebrado todos os anos em 22 de março, e foi criado na Conferência da ONU sobre o Ambiente e o Desenvolvimento de 1992, no Rio de Janeiro.
