Sacramento da confissão

Santa Sé promove curso para formar confessores

Entre 3 e 8 de março acontece o "Curso sobre foro íntimo", organizado pelo tribunal da Penitenciária Apostólica da Santa Sé para dar à Igreja confessores mais formados, capazes de superar as dificuldades que o sacramento tem que enfrentar.

"Como as vocações e o matrimônio, também o sacramento da penitência enfrenta um período de crise, que se manifesta já há algumas décadas e aumenta cada vez mais», explica o jornal vaticano "L’Osservatore Romano".

Dom Gianfranco Girotti, bispo regente do tribunal da Penitenciaria Apostólica, recordou os resultados de uma pesquisa sociológica da Universidade Católica do Sagrado Coração da Itália para sublinhar o grave estado de dificuldade atual na percepção do sacramento da confissão, "tão fundamental para a saúde e a santificação das almas".

Segundo a pesquisa de 1998, realizada na Itália, 30% dos fiéis não consideram necessária a presença dos sacerdotes nos confessionários; 10% a considera um impedimento para o dialogo direto com o Senhor, enquanto que 20% sustentam ter dificuldade ao falar com outra pessoa sobre os próprios pecados.

Dom Girotti aprofundou, no curso, os aspectos da missão do confessor, em relação algumas categorias de penitentes consideradas 'especiais'".

"A primeira referência é para os divorciados e os casais irregulares. Ali o confessor tem o dever de propor de vez em quando soluções que levem à cura da situação ou a transformação da convivência em uma relação de amizade e de solidariedade, únicas condições para poder novamente receber a Eucaristia", disse.

Um empenho especial se pede ao confessor pelo que se refere à categoria dos pecadores entre as pessoas consagradas ou os candidatos ao sacerdócio ou à vida consagrada. Neste caso, o confessor deve apresentar-se como juiz justo ou bom médico do espírito, recordando que com freqüência a dureza foi fatal para muitos, e, portanto, sem nunca assumir o tom apocalíptico", afirmou.

Sobre aqueles que mostram tendências homossexuais, em seu itinerário de aproximação ao seminário e às ordens sagradas, Dom Girotti recordou que "a Igreja não pode admitir no seminário ou nas ordens sagradas aqueles que praticam a homossexualidade, apresentam tendências homossexuais profundamente arraigadas ou apóiam a chamada 'cultura gay', ou seja, aqueles candidatos que apresentam uma atração exclusiva para pessoas do mesmo sexo, independentemente do fato que tenham ou não vivido experiências eróticas".

Nestes casos, o confessor deve saber discernir a tendência homossexual profundamente enraizada e aquela não profundamente enraizada. No primeiro caso, está prevista a exclusão; no segundo, devem ter passado ao menos três anos sem ter tido este tipo de relações para obter a admissão.

Dom Girotti se deteve em alguns casos "complexos e delicados", como os fenômenos diabólicos ou místicos ou de suposta sobrenaturalidade, os escrupulosos e os que voltam a cair continuamente nos pecados confessados. Se para os fenômenos diabólicos se aconselha a intervenção do exorcista e para aqueles do misticismo confessores especialistas, no caso dos escrupulosos a situação é diferente.

Pelo que se refere às pessoas que seguem recaindo no mesmo pecado do qual seguem confessando-se, o confessor deve atuar com sabedoria para sair ao encontro das necessidades dos fiéi,s fazendo-lhes compreender a verdade.

"No confessionário, em definitivo, é este o primeiro ensinamento dado no curso, deve-se ter muita paciência", conclui.

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