Cardeal Parolin falou na COP21 nesta segunda, destacando os pilares que o Papa indica para um acordo global transformador
Da Redação, com Rádio Vaticano
O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, falou nesta segunda-feira, 30, em nome do Papa, na COP21, a 21ª Conferência dos Estados sobre o Clima, em curso em Paris.
Diante de 195 chefes de Estado ou seus representantes, o discurso do cardeal começou por lembrar os objetivos que o Pontífice aponta como prioritários para a Conferência: aliviar os impactos das mudanças climáticas, combater a pobreza e elevar a dignidade do ser humano. “Seria trágico se os interesses particulares prevalecessem sobre o bem comum e conseguissem manipular a informação”.
Um acordo global e transformador, segundo Francisco, deve se ancorar em três pilares. O primeiro é uma orientação ética clara. São as pessoas mais vulneráveis a sofrer as consequências das alterações do clima, sem ser as responsáveis por elas. Por isso, o representante vaticano lembrou que todos são uma só família humana e assim sendo, o Acordo deverá ser marcado pela solidariedade global e pela responsabilidade comum e diferenciada de cada um, segundo suas capacidades e condições.
O segundo pilar aponta que governos, autoridades, o mundo empresarial, a comunidade científica e a sociedade civil precisam começar a praticar uma economia com baixo conteúdo de carvão, apostando no desenvolvimento humano integral. Nesta perspectiva, os países mais ricos devem dar o bom exemplo, ajudando os mais pobres a desenvolver energias renováveis, a cuidar das florestas, bem administrar o transporte e os resíduos, atuar programas sustentáveis e diversificados de segurança alimentar, combate ao desperdício de alimentos, e outros.
O terceiro alicerce se refere à visão de futuro. A COP-21 é apenas uma etapa. O Acordo final precisa prever mecanismos de controle dos compromissos assumidos, transparentes, eficazes e dinâmicos, pede o Papa.
E enfim, é necessário aplicar, nos campos da educação e da formação, modelos de produção e consumo sustentáveis, assimilando um novo estilo de vida e “longos processos de regeneração” (Laudato si’, n. 202).