No pronunciamento feito em Viena, na Áutria, o representante da Santa Sé na V Conferência para facilitar a entrada em vigor do Tratado sobre a Interdição Global dos Testes Nucleares (CTBT), Mons. Michael Banach disse que a comunidade internacional tem o dever de banir os testes nucleares.
Para Mons. Banach, "os testes nucleares são ditados pelo desejo de desenvolver armas sempre mais sofisticadas e perigosas. Portanto, são indicativos de uma cultura de guerra e de morte que coloca em risco não somente a paz, dada a natureza particularmente destrutiva das armas nucleares, mas a própria existência da família humana. Por vezes, os Estados justificam os testes nucleares recorrendo às exigências de segurança e proteção dos povos".
O Tratado CTBT, foi estabelecido em 1996, mas somente 140 países dos 160 que o aderiram o ratificaram. Para o representante da Santa Sé a entrada em vigor do Tratado é mais urgente do que nunca e necessária no momento atual em que vivemos. "Os Estados devem retomar o processo de desarmamento nuclear. Para tanto, parecem necessários um renovado compromisso dos Estados a implementar o Tratado de Não-Proliferação das Armas Nucleares de 1968, e a declaração de uma eliminação geral dos testes nucleares". Afirmou Mons. Banach.
Prosseguindo em seu discursso Mons. disse que "os Estados justificam os testes nucleares com o fato de buscar desenvolver armas 'inteligentes' ou 'limpas', isto é, armas nucleares cujos efeitos mecânicos, térmicos e radioativos são limitados. Mas também esse argumento não convence, pois, de fato, todas as armas nucleares têm indiscriminados efeitos radioativos, que são danosos para a vida e a saúde dos seres humanos, e para o ambiente".
"A Santa Sé _ concluiu Mons. Banach _ aprova o uso da tecnologia nuclear para fins pacíficos", mas ao mesmo tempo ressalta que a segurança desses programas "depende de duas condições necessárias: o abandono de projetos nucleares hostis e a eliminação geral dos testes nucleares".