Após os confrontos entre manifestantes da oposição e a polícia e a declaração do estado de emergência, a Santa Sé anunciou este domingo o adiamento da viagem do cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado, à Armênia. A viagem à Armênia do Cardeal Bertone, que acaba de visitar Cuba de 20 a 26 de fevereiro, estava prevista para 2 a 6 de março.
Cardeal Bertone seria recebido por Sua Santidade Karekin II, patriarca dos armênios, para quem entregaria uma carta assinada do Papa Bento XVI. Nela, o Papa confirma sua estima e desejo da Igreja Católica de proceder no caminho ecumênico junto à Igreja Apostólica Armênia.
"A decisão – declara a Santa Sé – tomou-se tendo em conta a situação na Armênia após os protestos e o estado de emergência declarado pelo governo". A Santa Sé também afirma que "a visita, que por agora não se anulou, poderá acontecer nos próximos dias, com um novo programa. Confirma-se, por outro lado, a visita ao Azerbaijão".
Segundo a Rádio Vaticano, os confrontos, que aconteceram no sábado à noite, deixaram oito mortos, dezenas de feridos, entre eles 33 agentes da polícia.
A oposição havia desafiado a proibição de manifestações imposta pelas autoridades armênias contra o resultado das eleições presidenciais de 19 de fevereiro passado, que deram a vitória ao primeiro-ministro Serzh Sakisian, aliado do chefe de Estado que deixa o governo, Robert Kocharian.
De 6 a 9 de março, o Cardeal secretário de Estado viajará ao Azerbaijão, onde se reunirá com o chefe dos muçulmanos do Cáucaso, o xeque Allashukur Pashazade, e outros responsáveis religiosos, para expressar-lhes a vontade da Igreja Católica de colaborar no compromisso comum em favor da paz, da concórdia entre os povos e do bem da família humana.
O cardeal Bertone assistirá em Baku à inauguração da nova Igreja Católica construída sobre o terreno doado pelo presidente Heydar Aliyev, pai do atual chefe de Estado, ao Papa João Paulo II.