Ele define assim as linhas gerais de tal exigência: "é grande a necessidade de sacerdotes que falem de Deus ao mundo e que apresentem a Deus o mundo; homens não sujeitos a modas culturais efêmeras, mas capazes de viver autenticamente aquela liberdade que somente a certeza de pertencer a Deus é capaz de doar".
.: NA ÍNTEGRA: Discurso do Papa a participantes do Congresso Teológico Internacional
Esse é um dos direcionamentos que o Papa ofereceu na manhã desta sexta-feira, 12, ao receber em audiência os participantes do Congresso Teológico Internacional "Fidelidade de Cristo, Fidelidade do Sacerdote". O encontro aconteceu na Sala das Bênçãos, do Palácio Apostólico Vaticano.
O Santo Padre explicou que o tema da identidade sacerdotal, foco do primeiro dia de estudos do Congresso, é fundamental para o exercício do ministério em todas as épocas.
Nesse sentido, ele destacou a peculiaridade teológica do sacerdócio, alertando que "é importante superar os perigosos reducionismos que, em décadas passadas, utilizando categorias mais funcionalistas que ontológicas, apresentaram o padre quase como um 'agente social', correndo o risco de trair o próprio Sacerdócio de Cristo".
Bento XVI ressaltou que é preciso valorizar uma concepção que destaque a continuidade sacerdotal. Nesse sentido, relembrou que o Sacramento da Ordem torna o sacerdote propriedade de Deus. "Esse seu 'ser de um Outro' deve se tornar reconhecível por todos, através de um claro testemunho".
Celibato e testemunho
O horizonte que vincula o ser do padre com o ser de Deus: é assim que se pode construir um enquadramento que compreenda e reafirme o valor do celibato – norma na Igreja latina e altamente considerado nas Igrejas orientais -, segundo o Papa.
"Isso é autêntica profecia do Reino, sinal da consagração com coração indiviso ao Senhor e às 'coisas do Senhor', expressão do dom de si a Deus e aos outros", sublinhou.
O Pontífice voltou a defender a necessidade de "uma radical continuidade entre a formação seminarística e a permanente"; ao mesmo tempo, explicou que uma vida profética "facilitará o advento do Reino de Deus já presente e o crescimento do Povo de Deus na fé".
Por fim, o Santo Padre disse que o sacerdote deve ser portador da Palavra, dispensador da Misericórdia do Pai e do Pão da Vida nova. "Caríssimos sacerdotes, os homens e as mulheres de nosso tempo nos pedem apenas que sejamos sacerdotes até o fim, e nada mais", concluiu.
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