No segundo dia de retiro, a reflexão foi baseada na leitura pastoral do profeta Elias, com o tema: “Servidores e profetas do Deus vivo”
Da redação, com Rádio Vaticano
Desde a tarde desse domingo, 22, o Papa Francisco e os membros da Cúria Romana, estão participando de uma semana de Exercícios Espirituais, na Casa Divino Mestre dos Padres Paulinos, em Ariccia.
Neste segundo dia de retiro, o pregador carmelita, padre Bruno Secondin, propôs uma reflexão bíblica, baseada na leitura pastoral do profeta Elias, que teve como tema: “Servidores e profetas do Deus vivo”.
Na sua introdução, o pregador recomendou a “sair da própria aldeia” e a frequentar a “escola da misericórdia” como fez o profeta Elias. Praticamente uma continuação do tema que refletiu, sob o exemplo do profeta, sobre o “viver uma vida de periferia”.
Padre Secondin explicou que suas meditações não pretendem seguir uma ordem cronológica, mas os grandes cenários da Escritura, propondo uma “leitura pastoral e sapiencial” das vicissitudes de Elias. “Este é um profeta que caminha e não se detém em um lugar fixo; é um homem em contínuo movimento, um ótimo companheiro de viagem, que passa por tantas experiências de purificação pessoal”, explicou.
Quem era Elias?
De acordo com padre Bruno, Elias era originário de uma região periférica, de pouco bem-estar e religiosidade tradicional. Neste estado de “confusão moral”, Deus era considerado bom apenas pelas pessoas ignorantes. Por isso, Elias reage duramente e as ameaça, por conta própria e não por ordem de Deus.
Nestas alturas – conta o pregador – Deus faz ouvir a sua voz e pede a Elias para ir embora, ou seja, devia “ouvir, obedecer e deixar que Deus fosse seu Deus”.
Segundo o sacerdote, o objetivo das vicissitudes de Elias era fazer do amor de Deus o centro da sua existência; confiar em Deus. Desta maneira, Deus pede ao profeta certo desapego dos seus planos pessoais, para aprender a obedecer e a ouvi-Lo, deixando-O atuar livremente.
Aplicando na vida
A partir dessa reflexão, padre Bruno convidou os presentes a um “sério” exame de consciência, com base no comportamento de Elias: “será que, algumas vezes, perdi a paciência? Falei claro ou atrás dos bastidores, murmurando e alimentando conversas fiadas? Comporto-me com sobriedade sã e serena? Deixo-me arrastar pelo meu consumo desenfreado na vida, pelas coisas que me circundam, pelo modo de me vestir?”
O pregador acrescentou ainda: “mantenho a alegria e o frescor pelo meu primeiro amor ou desanimei? Mantenho uma vida de periferia ou gosto de estar ao centro da atenção e das honras? Tenho confiança na Providência ou sou fanático em programar tudo e a esperar os resultados?”
Por fim, o pregador do Retiro chamou a atenção dos presentes para não cair na tentação de querer misturar tudo, criando uma religiosidade “confusa e sincretista”.
Leia também:
.: Padre brasileiro é o anfitrião do Papa no retiro quaresmal