Minoria cristã, presente na Faixa de Gaza, recebe auxílio de religiosos e se refugiam em paróquias. Igreja local dá início a vigília de oração
Da Redação, com Agência Fides
A trégua de cinco horas decretada nesta quinta-feira, 17, entre Israel e o grupo palestino Hamas, permitiu a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza e a fuga de centenas de pessoas. Entre os que permanecem no local, estão as irmãs do Instituto do Verbo Encarnado, que atuam na paróquia dedicada à Sagrada Família.
“Na tarde de ontem, depois das cinco, três mísseis destruíram uma casa muito próxima à paróquia. Nas horas precedentes, também chegaram ligações de Israel com indicação de deixar as nossas moradas”, refere à Agência Fides a freira brasileira Irmã Laudis.
Na última semana, as Irmãs de Madre Teresa, com as 28 crianças deficientes e nove idosas sob seus cuidados, foram transferidas para a paróquia, porque a consideraram um local mais seguro. E todos eles permanecerão em Gaza, com o pároco Padre Jorge Hernandez.
Segundo o Patriarcado Latino de Jerusalém, às 22h, desta quinta-feira, 17, na paróquia teve início a adoração eucarística permanente e nesta sexta-feira, 18, será celebrada a Santa Missa “para implorar a todos o perdão, a justiça e a paz”.
Em breves mensagens divulgadas pelo Instituto do Verbo Encarnado, Padre Jorge e Ir. Gladis descrevem com detalhes as comoventes condições vividas pela pequena comunidade católica e por toda a população de Gaza.
“A coisa certa é que os crimes se multiplicam (…). As crianças pequenas começam a adoecer pelo medo, pelo estresse, pelo barulho contínuo. Os pais fazem realmente ‘saltos mortais’ para distraí-las para que tanta violência não as afete, como brincar e pular toda vez que se ouve uma explosão, dançar ou simplesmente abraçá-las, tapando seus ouvidos”, conta o sacerdote.
Segundo fontes locais, até o momento, o balanço das vítimas da operação militar israelense na Faixa conta pelo menos 227 mortos entre os palestinos, em grande parte civis. Nas poucas horas de cessar-fogo, a população de Gaza saiu às ruas para tirar dinheiro dos bancos e comprar bens de primeira necessidade.