Em coletiva de imprensa no Vaticano, religiosos e especialistas comentaram a encíclica do Papa sobre meio ambiente; documento foi publicado hoje
Jéssica Marçal
Da Redação
A nova encíclica do Papa Francisco dedicada ao cuidado com o meio ambiente foi publicada nesta quinta-feira, 18. No Vaticano, uma coletiva de imprensa apresentou o novo documento, com intervenções de cardeais e especialistas no assunto. (Mais notícias sobre meio ambiente ao final da matéria)
O presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, Cardeal Peter Turkson, explicou a invocação de São Francisco que está presente no título da encíclica: “Laudato si”, em português, “Louvado sejas, meu Senhor”.
No Cântico das criaturas, São Francisco recorda que a terra, a casa comum do homem, é como uma irmã, com a qual se partilha a existência, e como uma mãe, que acolhe a humanidade em seus braços. “A referência a São Francisco indica também a atitude sobre a qual se baseia toda a Encíclica, aquela da contemplação orante, e nos convida a olhar ao ‘pobre de Assis’ como a uma fonte de inspiração”, explicou o cardeal.
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Também presente na coletiva estava o metropolita de Pergamo, Sua Eminência John Zizioulas, representando o patriarcado ecumênico e da Igreja Ortodoxa. Ele destacou alguns pontos da encíclica, como o significado teológico da ecologia, a dimensão espiritual do problema ecológico e o significado ecumênico da encíclica.
“Aqueles que lerem a Encíclica ficarão impressionados com a profundidade e o rigor com que o problema ecológico é tratado e sua seriedade é trazida para fora, junto com sugestões concretas e propostas de como agir em vista de encarar suas consequências”.
Assista ao vídeo do Vaticano sobre a encíclica, com legenda em inglês, espanhol e italiano:
O fundador e diretor do Instituto Postdam para Pesquisa do Impacto Climático, professor Hans Joachim Schellnhuber, que também participou da coletiva, considerou que a encíclica é compilada em um momento crucial da história da humanidade. Ele apresentou alguns dados sobre a situação climática do planeta, com gráficos e ilustrações que retratam, por exemplo, o aumento da temperatura da terra.
“A urgência de agir sobre estas questões prementes que se expressa na Encíclica espelha as descobertas científicas que se acumularam em um corpo de evidências. A ciência é clara: o aquecimento global é impulsionado por emissões de gases de efeito estufa que são o resultado da queima de combustíveis fósseis. Se não formos capazes de reduzir fortemente essas emissões e de dobrar a curva de aquecimento, nós, os nossos vizinhos e as crianças serão expostas a riscos intoleráveis”, alertou o professor.
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