Papa na América Latina

Religiosa que morou no Equador fala do cenário social do país

Segundo uma religiosa que morou no Equador, a atual realidade social do país tem trazido sofrimento para a população, sobretudo, aos mais pobres

André Cunha
Da redação

O pequeno país do Equador, rodeado por fronteiras peruanas e colombianas, vai receber a visita do Papa Francisco no próximo domingo, 5, quando inicia sua viagem de nove dias à América Latina.

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Foto: Ilustração / Google Maps

Às margens do Pacífico Sul, o país abriga mais de 15 milhões de habitantes, é o menor entre os países da Cordilheiras dos Andes. Quito, sua capital, tem como principal destaque seu conservado centro histórico que lhe garantiu ser reconhecida pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade, em 1978.

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A riqueza cultural e a pequena dimensão territorial favoreceriam o crescimento do país como um todo, se não fosse os problemas políticos e sociais que o afligem, como destaca uma religiosa brasileira que morou no Equador durante dez anos.

Irmã Janete Ferreira voltou ao Brasil no ano passado. Enquanto esteve no Equador, trabalhou principalmente nas áreas de imigração e refúgio. Segundo ela, a atual realidade  social do país tem trazido sofrimentos para a população, sobretudo, aos mais pobres.

Ela destaca a democracia local, ameaçada por um “governo que prometeu, mas até então não tem cumprido o que foi dito”. “Um governo que está tentando monopolizar muita coisa, e a nossa população está sofrendo. Claro que isso atinge a economia, principalmente, as esferas mais pobres da sociedade. É um país que tem muita pobreza; os indígenas e os negros são os que mais sofrem”, disse.

Em meio à diversidade étnica e às questões sociais, a Igreja Católica promove ações de ajuda às realidades do povo. De acordo com a irmã, essa presença católica é muito significativa na fronteira com a Colômbia, marcada pelo fluxo de imigrantes. “O Equador é um país que recebe muitos colombianos por causa do conflito interno que vive o país, pedindo refúgio, principalmente os mais pobres”, contou.

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Segundo ela, imigrantes, refugiados, indígenas e negros têm pouca assistência. “É um país que podia estar crescendo muito, pois é pequeno, e com uma situação bem melhor, mas depende de muitas coisas que o governo não realiza”.

Nesse sentido, Irmã Janete considera que a pobreza, a imigração, a desigualdade social e a corrupção são os principais problemas que o país enfrenta e que o Santo Padre deve abordar durante sua visita.

Para ela, o Papa Francisco é o promotor do diálogo e pode levar o governo, a Igreja e toda a sociedade a dialogar e procurar o bem comum no país.

“Eu acredito que a presença do Papa Francisco vai ajudar nesse diálogo, chamará a atenção para alguns pontos importantes que ele acredita que devem ser melhorados no país. O Papa tem essa visão social de tudo porque para ele o importante é a pessoa como um todo. Para que ela possa crescer, deve estar unida nesse diálogo”, afirmou.

Francisco inicia sua visita ao Equador no domingo, 5, e seguirá para a Bolívia na quarta-feira, 8, às 14h (horário de Brasília).

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