Relatório da Caritas denuncia a existência de 133 milhões de pobres na União Europeia e o crescimento das desigualdades sociais
Da redação, Agência Ecclesia
A Confederação Europeia da Caritas apresentou nesta quinta-feira, 19, em Roma, o relatório 2015 da Caritas Europa, ‘A pobreza e as desigualdades em ascensão: sistemas sociais justos são necessários como solução’, no qual denuncia a existência de 133 milhões de pobres na União Europeia e o crescimento das desigualdades sociais.
O documento adianta que a situação se agravou com a crise financeira e as políticas de austeridade, analisando em particular os seus impactos na Itália, Portugal, Espanha, Grécia, Irlanda, Romênia e Chipre.
A organização católica sustenta que a resposta à crise acabou por “transferir dinheiro dos pobres para os ricos”, pedindo novas políticas sociais para inverter o atual rumo da União Europeia.
Walter Nanni, responsável da Caritas italiana, disse em coletiva de imprensa que os objetivos assumidos na chamada ‘Estratégia de Lisboa’, que visavam uma diminuição dos pobres até 2020, estão longe de ser concretizados.
“Os pobres deveriam ser 96,4 milhões até 2020, isto é, menos 20 milhões, mas pelo contrário estão a aumentar. É preciso questionar se o medicamento utilizado para curar a despesa pública não matou o paciente”, declarou Nanni.
Os dados mostram que um “número crescente de pessoas lutam contra a pobreza e as desigualdades” e que a crise “tem afetado o acesso aos serviços sociais e de saúde”, prejudicando “a difícil situação das crianças e suas famílias”.
Segundo a Caritas, a pobreza infantil afeta 28% dos menores da União Europeia; há 24 milhões de desempregados e 9,9 milhões de pessoas vivem em situação de “privação material grave”.