Segurança

Reino Unido quer aprovar leis antiterrorismo mais rigorosas

Novas leis antiterroristas apresentadas pelo Reino Unido devem ser aprovadas ainda este ano, para passar a valer em 2015

Da redação, com Agência Brasil

Em discurso no Parlamento australiano, nesta sexta-feira, 14, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, revelou que o Reino Unido estabelecerá leis mais rigorosas para lidar com cidadãos britânicos que lutam pelo Estado Islâmico, na Síria e no Iraque. A expectativa é de que a proposta seja apresentada ainda este mês, para que passe a valer já em 2015.

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“Precisamos banir pregadores extremistas de nossos países”, diz o primeiro-ministro britânico, David Cameron / Foto: Agência Brasil

Cameron, que está na Austrália para participar da cúpula do G20 (grupo de países desenvolvidos e em desenvolvimento), explicou que novos poderes serão dados à polícia para impedir que cidadãos britânicos, envolvidos com o jihadismo, retornem ao país.

“Poder para apreender passaportes e parar suspeitos, inclusive cidadãos britânicos retornando ao Reino Unido, a menos que o façam de acordo com nossos termos”, disse o premiê.

Suspeitos de envolvimento com o jihadismo, incluindo jovens com idade inferior a 18 anos, que viajaram para a Síria, serão impedidos de retornar ao Reino Unido por dois anos e só entrarão novamente se concordarem em enfrentar julgamento, detenção e monitoramento policial, além de terem que se engajar em ações antiterroristas.

Passaportes podem ser apreendidos por até 30 dias e mais de uma vez, se for necessário. Enquanto estiver com o passaporte apreendido, a pessoa entrará na lista dos não autorizados a voar.

A nova lei objetiva fazer com que as companhias aéreas respeitem as listas de exclusão, impedindo o embarque de passageiros não autorizados a voar e obrigando-as a se adequarem às medidas de rastreio a serem implementadas a partir da lei.

A ameaça de grupos extremistas islâmicos é uma preocupação constante no Reino Unido desde 2005, quando quatro homens-bomba, que tinham cidadania britânica, promoveram ataques que mataram mais de 50 pessoas em Londres.

A tensão aumentou com o crescente número de europeus migrando para a Síria e o Iraque, querendo lutar pelo Estado Islâmico.

Estimativas da União Europeia apontam que mais de 3 mil cidadãos europeus se juntaram às fileiras extremistas na Síria e no Iraque. Pelo menos 500 deles são de origem britânica. A maior proporção é de jovens com idade entre 16 e 21 anos.

“Precisamos banir pregadores extremistas de nossos países. Precisamos erradicar o extremismo de nossas escolas, universidades e prisões. Ao fazê-lo, temos que trabalhar junto com a esmagadora maioria dos muçulmanos que abominam essa distorcida narrativa extremista que tem seduzido jovens de nosso povo. Temos que continuar a celebrar o Islã como uma grande religião pela paz mundial”, ressaltou Cameron.

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