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Reforma do Santo Sepulcro terá início após Páscoa ortodoxa

Processo de restauração será possível graças a um acordo entre as Igrejas Greco-ortodoxa, Católica (representada pelos franciscanos) e Armênia

Da Redação, com Rádio Vaticano

A reforma do Santo Sepulcro terá início após as celebrações da Páscoa ortodoxa, celebrada em 2016 no dia 1º de maio. Os trabalhos serão continuamente documentados por uma equipe de cerca de trinta professores e especialistas do lado católico e armênio. A restauração será possível graças ao acordo entre as Igrejas Greco-ortodoxa, Católica (representada pelos franciscanos) e Armênia, as três principais confissões às quais é confiada a custódia da Basílica da Ressurreição.

Ao financiamento das três confissões cristãs se somará o do Governo grego, do Fundo Mundial para a Conservação dos Monumentos (World Monuments Fund, WMF), de benfeitores privados e do Rei da Jordânia Abdullah II, na sua veste de Custódio dos lugares santos de Jerusalém do Leste.

As restaurações

O portal da Custódia da Terra Santa explica que a edícula será desmontada, para ser reconstruída identicamente e que serão substituídas somente as partes muito frágeis ou danificadas. As placas de mármore – em bom estado de conservação – serão limpas, enquanto a estrutura que as suportará será consolidada.

Mesmo durante as reformas, o Lugar Santo estará acessível ao culto e à devoção dos fiéis. O avançado estado de degradação do túmulo de Jesus, situado no centro da rotunda do Santo Sepulcro, é fruto de diversos fatores entre os quais defeitos estruturais do prédio, que remontam à época da sua construção, e à grande frequência de peregrinos e turistas.

A causa principal da torção dos blocos de mármore é provocada pela alteração das argamassas devido à umidade crescente produzida pela condensação da respiração dos visitantes. O uso das velas, consumidas por longas horas a poucos metros da edícula que abriga o lugar da deposição do crucificado, acabou provocando fortes pressões térmicas sobre o mármore e a fumaça provocou um acúmulos de materiais pretos e oleosos, que alterou o mármore a criou as condições de reações físico-químicas que aceleraram a oxidação e a deterioração das superfícies arquitetônicas.

Última tentativa de reforma foi em 1947

O lugar de sepultura e ressurreição de Cristo está inalterado desde 1947, quando os britânicos escoraram a edícula com traves de aço para iniciar uma restauração, o que acabou nunca acontecendo. Construída nos anos de 1809 e 1810, depois do grande incêndio de 1808 que danificou toda a construção, a edícula atual – em estilo barroco otomano – mostrou sinais de fragilidade após alguns decênios.

Estando a Palestina sob mandato britânico, os engenheiros do Departamento dos Trabalhos Públicos (Department of Public Works DPW) empregaram dois meses para obter das autoridades religiosas a permissão para inspecionar os lugares. A pesquisa efetuada sob o sepulcro evidenciou que a estrutura incorporava os restos de uma edificação precedente. Mas os responsáveis das Igrejas não conseguiram chegar a um acordo satisfatório para a sua recuperação.

Posteriormente, também contribuíram para o aumento da degradação novos abalos sísmicos, sobretudo em 1934. Os gregos, os franciscanos (pelo lado dos latinos) e os armênios, providenciaram trabalhos esporádicos em alguns locais do complexo, mas não no sepulcro.

A história da edícula que custodia o local da sepultura de Cristo

O sepulcro de Jesus foi escavado ao lado de uma colina, em uma gruta abandonada de pedras. O Jardim da Ressurreição e a tumba foram sepultados por volta de 135, sob o templo construído pelo Imperador Adriano. Por volta de 324, o Imperador Constantino pediu ao Bispo Macario de Jerusalém para que encontrasse o sepulcro de Cristo e ali construísse uma basílica. Assim, cresce a primeira Igreja do Santo Sepulcro. Escavou-se ao redor da câmara funerária, onde havia sido depositado o corpo de Jesus, para liberar um espaço e a rocha originária foi coberta de mármore com decorações constantinas, portanto, foi construído o primeiro oratório.

Parcialmente danificada pelos persas em 614 e novamente saqueada e destruída a golpes em 1009 por ordem de Al-Hakim bi-Amr Allah, foi substituída por um outro oratório de estilo romano por volta de 1014. Devido às condições climáticas, incêndios, saques, em 1555 foi construído um prédio muito similar ao precedente, mas em estilo gótico, por desejo do Custódio da Terra Santa, Bonifacio de Ragusa. Após o incêndio de 1808 foi acrescentada a atual edícula.

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