Ângelus

Quem trabalha só pelo salário, não dá valor ao Reino de Deus

Caros irmãos e irmãs
Talvez vocês recordem, que no dia de minha eleição, me dirigi a multidão na Praça São Pedro, e me veio espontaneamente, me apresentar como um "operário da vinha do Senhor". Pois bem, no Evangelho de hoje (Mt 20,1-6a), Jesus conta a parábola do dono da vinha que em diversas horas do dia chama operários a trabalhar em sua vinha. E no final da tarde dá a todos o mesmo pagamento, um denário, suscitando o protesto daqueles da primeira hora.

É claro que aquele denário representa a vida eterna, dom que Deus reserva a todos. Ainda mais, Ele reserva àqueles considerados os "últimos", e se aceitam, se tornam os "primeiros", e os "primeiros" correm os risco de se tornarem últimos. Uma primeira mensagem desta parábola está no fato que o patrão não tolera, podemos dizer, a desocupação: quer que todos estejam empenhados em sua vinha.

Na realidade, o ser chamado já é a primeira recompensa: poder trabalhar na vinha do Senhor; colocar-se ao seu serviço, colaborar em sua obra, constitui por si mesmo um prêmio inestimável, que compensa toda a fadiga. Mas isso entende somente quem ama o Senhor e o seu Reino; quem, ao invés, trabalha unicamente pelo salário, não se dará jamais conta deste inestimável tesouro.

Quem narra a parábola é São Mateus, apóstolo e evangelista, de quem celebramos hoje a festa litúrgica. Me agrada sublinhar que Mateus em primeira pessoa, viveu esta experiência (Mt 9,9). Ele de fato, antes que Jesus o chamasse, trabalhava como cobrador de impostos, portanto, era considerado um pecador público, excluído da Vinha do Senhor.

Mas tudo muda quando Jesus, passando ao lado de sua banca de impostos, o olha e diz: "Segue-me". Mateus se levantou e o seguiu. De publicano tornou-se imediatamente discípulo de Cristo. De último, tornou-se primeiro, graças a lógica de Deus, que, para a nossa sorte, é diferente daquela do mundo. "Os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, diz o Senhor pela boca do profeta Isaías, os vossos caminhos, não são os meus caminhos" (Is 55,8).

Também São Paulo, de quem estamos celebrando um particular ano jubilar, experimentou a alegria de sentir-se chamado pelo Senhor a trabalhar em sua vinha. E quanto ele trabalhou! Mas, como ele mesmo confessa, foi a graça de Deus que operara nele. A graça que, de perseguidor da Igreja, o transformou em apóstolo dos pagãos. Tanto que afirmou:

"Para mim viver é Cristo e morrer um ganho". Logo acrescenta: "Mas se viver no corpo significa trabalhar com frutos, não sei de verdade o que devo escolher" (Fil 1,21-22). Paulo compreendeu bem que trabalhar para o Senhor já é nesta terra uma recompensa.

A Virgem Maria, que há uma semana tive a alegria de venerar em Lourdes, é um ramo perfeito da vinha do Senhor. Dela germinou o fruto bendito do amor Divino: Jesus nosso Salvador. Que ela nos ajude a responder sempre com alegria ao chamado do Senhor, e a encontrar a nossa felicidade em poder trabalhar pelo Reino dos céus!

Oração pelas vítimas dos ciclones

Nas últimas semanas os países do Caribe, em particular o Haiti, Cuba, a República Dominicana, e o sul dos Estados Unidos,  especialmente o Texas, foram duramente golpeados por violentos ciclones.

Gostaria novamente de assegurar, a toda população, as minhas orações. Desejo ainda, que cheguem rápido os socorros às regiões que foram mais danificadas. Queira o Senhor que, pelo menos nestas circunstâncias, solidariedade e fraternidade prevaleça sobre qualquer coisa.

Na próxima quinta-feira, 25 de setembro, acontecerá, em Nova York, no âmbito da 63ª Sessão da Assembléia Geral as ONU, um encontro de alto nível pra verificar o comprimento dos objetivos estabelecidos pela Declaração do Milênio, em 08 de setembro de 2000.

Em ocasião desta importante reunião, que reunirá os líderes de todo o mundo, gostaria de renovar o meu convite, para que apliquem com coragem as medidas necessária para erradicar a pobreza extrema, a fome, a ignorância e o flagelo das pandemias que machucam os mais vulneráveis.

Este empenho, mesmo que exija nestes momentos de dificuldades econômicas mundiais, particulares sacrifícios, não deixará de produzir inúmeros benefícios seja para o desenvolvimento das Nações que têm necessidade de ajuda do exterior, seja para a paz e bem-estar de todo o planeta.

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