Crise política

Protestos no Egito foram facilitados pela internet

Um executivo da Google que se tornou um herói da revolução egípcia vale ouro para as relações públicas da empresa, mas analistas afirmam que a companhia deve ter cuidado para não exagerar na medida.

O executivo de marketing Wael Ghonim, do Google, se tornou a face pública dos protestos que derrubaram o presidente Hosni Mubarak, que entregou o poder para o Exército na sexta-feira 11.

Ghonim foi detido pelas Forças de Segurança e, ao ser libertado, manteve seu protesto pela renúncia de Mubarak.

Quando o acesso à internet foi cortado no Egito, durante a fase inicial dos protestos, os engenheiros da Google conseguiram uma forma de permitir que os egípcios usassem o Twitter, discando um número de telefone e deixando uma mensagem de voz.

 

Apesar da associação da empresa com os eventos no Egito, a Google ainda não fez comentários sobre a agitação política no país. Em vez disso, concentrou-se em valores em torno da liberdade de informação e da internet. "Estamos muito orgulhosos de ver o pessoal da Google tomar uma posição sobre essas questões", disse a porta-voz Jill Hazelbaker, na sexta-feira, quando questionado sobre Ghonim.

 

O episódio tem sido positivo para a empresa. "Isso vai dar ao Google um pouco de publicidade positiva", disse a acadêmica Rosabeth Kanter, da Harvard Business School. Mas ela acrescentou: "Eles têm que ser cuidadosos".

 

Consumidores e empresas amam as ferramentas de comunicação que a Google oferece e mantém, mas governos menos democráticos podem ver a Google como uma ameaça. "A Google não será o site de buscas escolhido por eles", disse ela. "[Em tese] você vai lá para vender produtos e serviços, você não vai lá para derrubar o regime", explica.

Os laços de Ghonim com o Google e com a internet se tornaram parte de sua imagem e seu apelo. "Eu sempre disse que se você quiser libertar uma sociedade, é só dar-lhe a internet", disse Ghonim em uma entrevista na sexta-feira.

 

Ele ajudou a criar uma página no Facebook dedicada às vítimas da brutalidade policial, o que ajudou a desencadear os protestos.

Ferramentas da internet, redes sociais como Facebook e Twitter tiveram um papel decisivo nos protestos do Egito, ajudando a organizar e a informar os manifestantes.

Mas o Google tem feito um progresso irregular em termos do cumprimento do objetivo "Não seja malvado".

 

A empresa assumiu uma posição pública contrária à censura na China e se retirou parcialmente do território no ano passado, redirecionando internautas para seu site em Hong Kong.

 

Mas a empresa censurou seus próprios resultados de busca na China, por vários anos, antes de transferir o serviço de pesquisa online para Hong Kong.

 

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