"O caminho aberto pelo grandioso discurso de Bento XVI no dia 13 de maio deu seus primeiros frutos", reconhece o porta-voz vaticano, no contexto da recém-concluída V Conferência Geral do Episcopado Latino Americano e do Caribe (celebrada em Aparecida (SP).
"Dizemos 'primeiros' porque os verdadeiros frutos deverão chegar de agora em diante na vida da Igreja no continente. Mas o impulso e a direção são motivos de grande confiança", afirma o padre Federico Lombardi S.I., diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé.
Em seu editorial da última edição de "Octava Dies" – semanário produzido pelo "Centro Televisivo Vaticano" (do qual ele é também diretor) e difundido por canais católicos de televiso de todo o mundo, o sacerdote contempla o grande encontro eclesial, encerrado na quinta-feira passada. "Naturalmente – aponta, quem espera novidades extraordinárias ficará desiludido".
"Mas o que conta é o sentido vivo da identidade da comunidade eclesial que se compromete em uma nova 'missão continental', cujas prioridades claras são: o anúncio do Reino de Deus e a promoção humana", afirma.
Na reflexão dos bispos do continente "estiveram bem presentes os grandes desafios do tempo", comenta o padre Lombardi, tais como "a dificuldade na transmissão na fé, a globalização ou a injustiça estrutural".
Nesse contexto, "a partir da fé em Jesus Cristo, que nos revela o amor de Deus Pai, as comunidades eclesiais devem-se renovar em sua pastoral e em seu testemunho de vida cristã", acrescenta.
Como explica o porta-voz vaticano, "a 'opção preferencial pelos pobres', que Bento XVI havia declarado, 'implícita na fé em um Deus que se fez pobre por nós, se declara de novo em voz alta, introduzida em um horizonte de compromissos de amplo alcance, que vão desde a promoção da justiça internacional à defesa do matrimônio, da família, da vida e da criação".
Trata-se, portanto, de uma evangelização "encarnada e inculturada, que reabre aos jovens – a esses jovens que vimos com tanta confiança abraçados a Bento XVI no Brasil – a esperança a que têm direito", insiste.
"A Igreja universal sente-se unida à latino-americana em sua renovada condição de 'missão permanente'", conclui.