Crise diplomática

Presidente do Equador impõe condições para solução da crise

O presidente do Equador, Rafael Correa, impôs três condições para a solução da crise diplomática com a Colômbia após a morte de militantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em território equatoriano na semana passada.

Correa exigiu um pedido de desculpas do governo colombiano sem justificativa das ações e um compromisso formal de que operações militares do tipo nunca mais se repetirão. Ele também pediu o reconhecimento de que a Colômbia montou uma farsa para vincular o governo do Equador às Farc.

O presidente equatoriano apresentou as exigências ontem, 4, à noite, logo após chegar a Brasília. Nesta manhã Correa terá uma conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em entrevista coletiva, Correa referiu-se ao presidente colombiano, Álvaro Uribe, com termos agressivos, como "mentiroso" e "canalha". Segundo Correa, desde o princípio, Uribe sabia onde estava Raúl Reyes, o número dois das Farc, morto na operação militar.

Correa também ressaltou que Uribe tinha conhecimento de que estava em andamento uma negociação para libertar 12 reféns das Farc, incluindo a ex-senadora colombiana Ingrid Betancourt. "Ele, Uribe, deixou para atacar quando a liberação dos reféns era iminente para abortar acordo humanitário", acusou.

O presidente equatoriano repudiou ainda as alegações do governo colombiano de que a operação militar representou uma defesa legítima. "Não houve enfrentamento, mas um massacre", declarou. "Foi uma descarada agressão à soberania de um país".

Correa negou que o Equador esteja ajudando as Farc e alegou que o contato com o grupo guerrilheiro foi apenas de caráter humanitário: "O único contato que tivemos com as Farc foi para tratar da libertação dos 12 reféns”.

Na avaliação de Correa, a apresentação de indícios pelo governo colombiano foi uma farsa montada por Uribe. "Seria impossível saírem três computadores intactos com informações após um bombardeio como o que ocorreu", ponderou.

Segundo o presidente do Equador, Uribe quer fomentar guerra na região. "Este é um problema regional. O presidente Uribe não quer a paz, quer a guerra. Isso é um perigo para a região", afirmou. "Espero que a comunidade internacional não apóie apenas o Equador, mas sim, os princípios do direito internacional", concluiu.

Correa chegou ontem, 4, à noite vindo do Peru. Hoje, 5, ele encontra Lula às 10h. Depois, o líder equatoriano segue para Venezuela, Panamá, Nicarágua e República Dominicana. No giro, ele pedirá apoio dos países da região em repúdio à ação da Colômbia.

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