O prestigiado Prêmio Nansen de Refugiados do ACNUR foi concedido, este ano, ao projeto Corredores Humanitários
Da redação, com Vatican News
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) anualmente organiza o Prêmio Nansen para Refugiados. Neste ano, o prêmio foi concedido a um grupo de organizações religiosas que organizou os Corredores Humanitários ― projeto que auxiliou milhares de refugiados a conseguirem um passe seguro e legal para proteção.
Estabelecido em 1954, o Prêmio Nansen é concedido todo ano a um grupo, organização ou indivíduo que trabalhe para assistir, proteger e fornecer suporte aos refugiados, pessoas deslocadas e apátridas.
Graças ao projeto Corredores Humanitários, para o qual o próprio Papa Francisco repetidas vezes expressou seu apoio, milhares de refugiados conseguiram proteção e a possibilidade de construir um futuro melhor na Itália. O projeto autofinanciado foi concebido e implementado pela Comunidade de Sant’Egidio, em conjunto as Igrejas Metodista e Valdense, além da colaboração da Cáritas italiana e do próprio governo ítalo.
Desde fevereiro de 2016, mas de 2 mil refugiados e pessoas vulneráveis conseguiram o cartão vista para imigrantes e chegaram à Itália por meio de um corredor humanitário. Uma vez na Itália, foram alocados em casas, receberam aulas de italiano, foram assistidos para conseguir um emprego e seus filhos matriculados em uma escola.
O porta-voz da ACNUR no sul da Europa, Carlotta Sami, explicou que este prêmio enaltece o valor de uma situação em todos saem ganhando. Sami disse ainda que os Corredores Humanitários estão em operação há alguns anos e “este prêmio traz visibilidade a eles e o reconhecimento que merecem”, afirmou.
Sami recordou que a ideia de abrir os Corredores Humanitários surgiu logo após os terríveis naufrágios de 2013 que causaram a morte de centenas de pessoas no mar Mediterrâneo. “Essas associações decidiram tomar medidas concretas para combater essa terrível tragédia. E está funcionando”, ressaltou.
Apoio do Papa tem sido fundamental
Sami descreveu ainda que o suporte oferecido pelo Santo Padre aos Corredores Humanitários tem sido essencial. “O Papa Francisco entende profundamente o quão grande é o risco e o trauma que os refugiados sofrem”, afirmou.
Muitos deles, segundo a porta-voz, chegam de países pobres e merecem a possibilidade e a oportunidade para recomeçar a vida. “Eles serão os primeiros dispostos a contribuir com as comunidades que os receberão”, finalizou.