Em coletiva no Vaticano

Porta-voz do Vaticano destaca temas do 3º dia do Sínodo

Sínodo sobre a Família deve ser uma luz que acompanha o povo em caminho, orientou padre Federico Lombardi

Da redação, com Rádio Vaticano

Em coletiva nesta quarta-feira, 8, o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi falou sobre os trabalhos do terceiro dia do Sínodo Extraordinário sobre a Família. Participaram também da coletiva o Reitor da Universidade Católica da Argentina, Dom Victor Fernandez, e o Bispo de Jos, Nigéria, Dom Ignatius Ayau Kaigama.

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Padre Lombardi relatou que um dos temas tratados nesta manhã foi “a atitude a que somos chamados a assumir neste Sínodo ‘em caminho'”:

“Falou-se da luz que a Igreja leva ao mundo, a luz que é dada também à humanidade, em termos – para se ter uma imagem eficaz – não tanto de um farol fixo, que ilumina permanecendo sempre no mesmo lugar e de longe, mas de uma chama, de uma tocha, que acompanha o povo a caminho, passo por passo. Portanto, uma luz que está inserida no caminho do povo de Deus e da humanidade”.

Crise das famílias e crise de fé

Assim como na tarde de ontem, também hoje falou-se da aliança e da dimensão pessoal da fé que não deve ser esquecida, pois é essencial para que se possa resistir e enfrentar os problemas da nova situação:

“A crise das famílias na Igreja e também a crise das famílias cristãs na sociedade, está muito ligada à crise geral da fé neste tempo. Observou-se como se deve estar atento em recordar que a fé não é somente aderir a conteúdos, a ensinamentos, mas a fé é antes de tudo uma adesão pessoal a Cristo, uma escolha por Cristo, um encontro com Cristo, uma aliança com Ele”.

Oração em família

Muitos pronunciamentos encorajaram em se ter confiança na graça de Deus, que deve ser tomada como medida para o nosso agir e as nossas decisões:

“Neste sentido da confiança na graça, falou-se frequentemente da importância da oração e da espiritualidade na vida familiar e houve muitos pronunciamentos muito bonitos sobre o tema do perdão e da reconciliação na vida familiar; também as peregrinações aos santuários onde se reza a Maria, pois isto ajuda a encontrar a graça do perdão e da reconciliação, e um pronunciamento muito interessante, que salientou a importância da reconciliação na cultura tradicional africana; os vários modos em que a família é ajudada a favorecer a reconciliação e como isto deve ser integrado na nossa espiritualidade e na nossa visão cristã da família”.

O amor e a ternura de Jesus – presentes em vários pronunciamentos – ajudam a converter o coração e a encontrar a graças da harmonia e do perdão na família.

Verdade e misericórdia

Um tema muito recorrente – disse Lombardi – é a relação entre a verdade e a misericórdia, entre fidelidade à doutrina e ao Magistério tradicional da Igreja e a misericórdia; a atenção aos problemas concretos, ao sofrimento concreto de tantas pessoas. Este tema – como manter juntos estes dois pólos essenciais – tem estado presente em muitos pronunciamentos.

Um dos Bispos fez referência à necessidade de se repropor a doutrina hoje, mas num contexto de cultura de liberdade, o que recordou por analogia o Concilio Vaticano II, que tratou do tema da liberdade religiosa, conciliando o tema da fidelidade à verdade e do compromisso da Igreja com a verdade e com a liberdade religiosa, o mesmo esforço que o Sínodo deve fazer agora também para temas da Pastoral Familiar.

Família e missionariedade

Outro pronunciamento ressaltou o serviço que a Santa Sé presta no âmbito das organizações internacionais – em apoiar a família e uma correta visão sobre a família, em contraste com as ideologias que tendem a enfraquecê-la – e a missionariedade que é encorajada por experiências positivas de anúncio da família por parte dos jovens e movimentos:

“Recordou-se do Papa Francisco no Rio de Janeiro, que convidava os jovens a serem missionários da coragem da estabilidade em contraste com uma cultura do provisório. E portanto o Sínodo foi também convidado a fazer sentir o seu apoio, para aqueles que se empenham por uma missão positiva da família hoje”.

Diálogo inter-religioso

O Diálogo inter-religioso e sobretudo as situações em que os cristão se encontram junto a pessoas de outras religiões foi outro tema importante tratado. Em particular, falou-se das diferentes realidades muçulmanas, islâmicas.

Neste sentido, o testemunho da manhã – dado por um casal, ela cristã e ele muçulmano, que vivem uma relação harmônica – contrastava com a maior parte das realidades dos casamentos mistos. Neste sentido “a situação da família, em um ambiente de maioria muçulmana, tem diversas variantes e apresenta problemas pastorais específicos”.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

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