O Papa João Paulo II foi atingido em 13 de maio de 1981, enquanto percorria a Praça São Pedro de papamóvel, no Vaticano
Rádio Vaticano
“Um objeto de violência e de morte que pode contar a luta pela vida e se tornar um sinal de perdão”. Com estas palavras, o chefe do Departamento de Administração Penitenciária (DAP), Giovanni Tamburino, ilustrou o valor simbólico da entrega da pistola usada por Ali Agca para alvejar o Papa João Paulo II, na Praça São Pedro, em 13 de maio de 1981. A arma foi entregue em empréstimo, na última segunda-feira, por um período de três anos, ao Padre Dariusz Ras, Diretor da Casa Família de Karol Wojtyla, em Wadowice, na Polônia.
A Browning HP, calibre 9 Parabellum, matrícula 76C23953, é uma verdadeira arma de guerra guardada na sede do Museu de Criminologia do DAP. “Existe uma relação de profundo afeto e amizade entre a Itália e a Polônia – recordou Tamburino – e esta arma é um sinal negativo, de violência, mas testemunha também o perdão que o Papa deu ao seu agressor. A história – salientou – é preservada e deve constituir um momento de reflexão, mesmo nos seus aspectos negativos, para que o homem possa evoluir e evitar de cair nos mesmos erros e na banalidade do mal”.
O vaticanista Franco Bucarelli observou que “esta pistola é proveniente de um armeiro em Zurique. O ‘Lobo cinzento’ Ali Agca mirou a cabeça do Pontífice, mas encontrou-se diante de uma criança, Sara Bartoli, que João Paulo II pegou nos braços. Então, apontou a arma para atingir os intestinos, pois sabia que, uma vez atingido, a morte viria em seguida”.
Padre Ras, por sua vez, explicou que “a Browning é um objeto que conta uma história terrível, mas, no fim, fala da vitória da vida e do sofrimento do Papa. No Museu Midiático de Wadowice – acrescentou – será exposta como objeto emblemático, que, no entanto, não diz o fim da história”.
O Museu da Casa de Família de João Paulo II, de Wadowice, que será inaugurado em 9 de abril, contará ainda com outro “presente”, vindo desta vez da Direção do Policlínico Gemelli. O Diretor do hospital, Maurizio Guizzardi e o Responsável pelas Relações Exteriores, Giorgio Menenschincheri, anunciaram a doação da cama, da mesa de cabeceira e dos móveis do quarto do hospital que por cinco vezes acolheu o Papa vindo do Leste europeu.